Barroso rejeita denúncia de que Nise Yamaguchi foi humilhada na CPI
A notícia-crime foi apresentada de forma anônima e alegava crime de violência psicológica durante depoimento da médica à comissão
atualizado
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O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou nesta terça-feira (31/8) uma notícia-crime anônima que alegava que a médica Nise Yamaguchi teria sofrido violência psicológica durante o depoimento à CPI da Covid-19, no começo de junho.
Segundo Barroso, a lei que criou o crime de violência psicológica contra a mulher passou a valer em 28 de julho deste ano e que não pode ser aplicada em fatos que ocorreram antes disso.
Na decisão, o ministro argumentou ainda que as condutas relatadas na denúncia só poderiam ser encaixadas na categoria de crime contra a honra. Porém, isso só poderia ser apurado se a própria ofendida fizesse o requerimento, o que não aconteceu. Logo, ele extinguiu a ação.
Segundo a petição, a denúncia foi feita por telefone na Central de Atendimento da Ouvidoria Nacional do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, de forma anônima, e alegava que Yamaguchi teria sido “agredida psicologicamente” pelos senadores.
Defensora da prescrição de cloroquina para tratar pacientes com Covid-19, a médica foi questionada pelos senadores sobre a existência do chamado “gabinete paralelo”, que teria aconselhado o presidente Jair Bolsonaro sobre a gestão da pandemia na contramão das orientações do Ministério da Saúde.
Médico de formação, o senador Otto Alencar confrontou Nise sobre conhecimentos técnicos a respeito de doenças virais. Insatisfeito com as respostas, interrompeu a oncologista: “A senhora não sabe, infelizmente a senhora não sabe nada de infectologia, nem estudou doutora, a senhora foi aleatória mesmo, superficial”, disse.