Barroso envia à PGR notícia-crime de Ciro contra Bolsonaro e Mendonça
Pedetista acusa presidente e ex-ministro de cometer advocacia administrativa ao determinar inquérito por suposto crime contra a honra
atualizado
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O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), encaminhou nesta sexta-feira (9/4) à Procuradoria-Geral da República notícia-crime do ex-ministro Ciro Gomes (PDT) contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o advogado-geral da União André Mendonça.
Ambos são acusados de cometer advocacia administrativa ao determinar a abertura de inquérito na Polícia Federal para apurar suposto crime contra a honra do presidente cometido por Ciro durante entrevista.
O pedido de investigação contra o pedetista foi assinado pelo próprio Bolsonaro e posteriormente conduzido por Mendonça, que à época era ministro da Justiça e Segurança Pública.
O envio do caso à PGR é praxe no Supremo e não envolve análise do mérito da notícia-crime. A medida visa pedir uma manifestação da Procuradoria, órgão responsável por solicitar a abertura de um inquérito contra o presidente.
Ciro acusa Bolsonaro e Mendonça de acionarem a Polícia Federal contra críticos do governo, utilizando a máquina pública para interesses privados, o que configuraria advocacia administrativa. A notícia-crime também é assinada pelo presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, e foi apresentada ao Supremo no último dia 26.
“Boçalidade do presidente”
O ex-governador do Ceará se tornou alvo de inquérito da PF após dar entrevista à Rádio Tupinambá, de Sobral (CE), na qual afirmou que a população mostra um sentimento de “repúdio ao bolsonarismo devido à boçalidade do presidente, sua incapacidade de administrar a economia do país e o seu desrespeito à saúde pública”.
Ciro também chamou Bolsonaro de “ladrão” e citou o caso das “rachadinhas”, que envolve o filho do presidente, Flávio Bolsonaro.