Barroso: discurso do “houve fraude” é de quem não aceita democracia
As declarações do presidente do TSE foram feitas no mesmo dia em que Bolsonaro prometeu revelar “provas de fraude eleitoral” durante live
atualizado
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O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, afirmou, nesta quinta-feira (29/7), que o discurso de “se eu perder, houve fraude” é de quem “não aceita a democracia”, ressaltando que nunca foi documentado um episódio do gênero pelo órgão. As declarações foram concedidas durante a inauguração da nova sede do Tribunal Regional Eleitoral do Acre.
“’Se eu perder, houve fraude’ é um discurso de quem não aceita a democracia, porque a alternância no poder é um pressuposto dos regimes democráticos”, disse.
O ministro não citou nomes, mas as falas foram feitas no mesmo dia em que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) prometeu revelar, em sua live semanal, supostas “provas de fraude” na contagem de votos do segundo turno da eleição presidencial de 2014, quando Dilma Rousseff (PT) foi reeleita, vencendo Aécio Neves (PSDB).
“Em 2014, o partido do candidato derrotado pediu auditoria do sistema, que foi feita, e o próprio candidato reconhece que não houve fraude. Isso não aconteceu. Nunca se documentou, porque o dia que se documentar, o papel da Justiça Eleitoral é imediatamente apurar”, disse Barroso.
Na ocasião, o ministro voltou a defender o voto eletrônico. “É um sistema que consagra a democracia, porque uma das características da democracia é a alternância de poder. É reconhecer a possibilidade de que quem pensa diferente pode vencer”, ressaltou.