Barroso decide afastar Chico Rodrigues, do dinheiro nas nádegas, do Senado
Ministro do STF determinou afastamento por 90 dias, mas decisão precisa ser referendada pelo Senado
atualizado
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O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quinta-feira (15/10) o afastamento do mandato, por 90 dias, do senador Chico Rodrigues (DEM-RR), que foi alvo de busca e apreensão autorizada pelo magistrado na quarta-feira (14/10).
Barroso enviou o caso para deliberação do Senado Federal, que pode manter ou não o afastamento do parlamentar.
“A gravidade concreta dos delitos investigados também indica a necessidade de garantia da ordem pública: o Senador estaria se valendo de sua função parlamentar para desviar dinheiro destinado ao enfrentamento da maior pandemia dos últimos 100 anos, num momento de severa escassez de recursos públicos e em que o país já conta com mais de 150 mil mortos em decorrência da doença”, escreveu Barroso na decisão.
Leia a íntegra da decisão:
Decisão Barroso by Metropoles on Scribd
Após repercussão negativa e pressão do governo, Rodrigues deixou a vice-liderança do governo Bolsonaro no Senado. O ato já foi publicado, nesta quinta-feira (15/10), em edição extra do Diário Oficial da União (DOU).
Operação Desvid-19
O parlamentar está na mira da Operação Desvid-19, da PF e da Controladoria-Geral da União (CGU), que investiga um esquema de desvio de aproximadamente R$ 20 milhões em emendas parlamentares destinados à Secretaria de Saúde de Roraima para o combate da Covid-19. Ao todo, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão.
Durante a operação, o parlamentar foi flagrado com dinheiro escondido nas nádegas. Em nota, Rodrigues disse que teve “o lar invadido por apenas ter feito o seu trabalho como parlamentar” levando “recursos para o combate à Covid-19 para a saúde do estado”.
Até às 19h desta quinta-feira (15/10), a decisão do ministro Luís Roberto Barroso, do STF, não havia chegado ao Senado. A Assessoria do presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), disse que o parlamentar aguarda ser comunicado, ter conhecimento da íntegra do documento, antes de adotar qualquer medida.