Barroso: “Bolsonaro evoca ditadura, mas sociedade civil reage com vigor”
O ministro do STF disse que, apesar das manifestações autoritárias do governo, a sociedade jamais considerou usar soluções inconstitucionais
atualizado
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O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta quarta-feira (26/8) que o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), “defende a ditadura e a tortura”. Contudo, ele avalia que a sociedade tem se mostrado “resiliente” a respeito dos ataques do chefe do Executivo.
“Temos um presidente que defende a ditadura e a tortura e ninguém jamais considerou alguma solução diferente do respeito à igualdade constitucional”, disse o ministro. Segundo Barroso, as manifestações autoritárias do governo, a exemplo de declarações elogiosas à ditadura militar, têm sido prontamente rechaçadas pela sociedade civil.
“Em face de manifestações autoritárias, tanto pelo presidente ou por pessoas próximas a ele, inclusive evocando a época da ditadura militar, a sociedade civil reagiu a isto com vigor, condenando os ataques às instituições e levando os autores destes ataques a retirarem-nos”, pontuou.
Imprensa
Barroso lembrou os ataques dirigidos por Bolsonaro a jornalistas. O mais polêmico, no último domingo (23/8), veio em resposta a um repórter que perguntou sobre repasses de R$ 89 mil feitos por Fabrício Queiroz, ex-assessor do filho Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), à primeira-dama Michelle Bolsonaro: “Vontade de encher tua boca de porrada”, disse Bolsonaro.
“Embora frequentemente atacada pelo próprio presidente, a imprensa no Brasil é plural, independente e fortemente crítica do governo. Tanto este, eu diria, como dos governos anteriores. Portanto, uma coisa que acho que contribui com esta resiliência da democracia no Brasil é justamente a liberdade, independência e até o poder da imprensa brasileira”, avaliou Barroso.