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Barata diz que empresários pagavam R$ 6 milhões mensais a políticos

Segundo empresário, valor era viabilizado através de pagamento de um percentual extra de 1% do faturamento das empresas de ônibus no Rio

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Tania Rego/ AGENCIA BRASIL
Investigan una gran red corrupta en el sector de transporte de Río de Janeiro
1 de 1 Investigan una gran red corrupta en el sector de transporte de Río de Janeiro - Foto: Tania Rego/ AGENCIA BRASIL

O empresário do setor de ônibus Jacob Barata Filho disse nesta sexta-feira (24/8) que as empresas de ônibus pagavam, mensalmente, R$ 6 milhões a políticos do Rio de Janeiro. O objetivo era garantir apoio a projetos de interesse do setor e impedir que iniciativas contrárias pudessem prosperar na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

Ele foi interrogado nesta sexta, pelo juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, no âmbito da Operação Cadeia Velha. Segundo Barata, o valor era viabilizado através de pagamento de um percentual extra de 1% do faturamento das empresas de ônibus à Federação das Empresas Transportadoras de Passageiros (Fetranspor), que viabilizava o repasse do dinheiro aos políticos.

Parte deste valor era entregue, segundo Barata, ao presidente afastado da Alerj, deputado estadual Jorge Picciani (MDB), que chegou a ser preso durante a operação, mas depois teve o benefício de cumprir medidas cautelares em sua residência.

Houve também, segundo ele, pagamento ao deputado Paulo Melo (MDB), que já ocupou a presidência da Alerj, e que atualmente está preso. No início do interrogatório, Barata disse a Bretas que abria mão de R$ 80 milhões seus, que já tinham sido bloqueados pela Justiça, ao longo da operação. Esta é a última audiência antes de Bretas anunciar sua sentença.

A defesa de Picciani, presente ao interrogatório, questionou se o valor comentado por Barata seria propina ou contribuição política por caixa 2, mas não obteve resposta, pois o juiz entendeu que o réu já havia respondido isso. A defesa negou que o ex-presidente da Alerj tenha recebido qualquer tipo de recursos ilicitos de empresários do setor de transportes, e admite apenas ter recebido doações legais de campanha.

A reportagem aguarda o posicionamento da defesa de Paulo Melo sobre as declarações de Barata Filho.

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