Atos antidemocráticos: PF pediu apuração sobre uso de dinheiro público
Relatório aponta que não foi possível aprofundar essas suspeitas porque não houve autorização de busca e apreensão contra a Secom
atualizado
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A Polícia Federal propôs ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a abertura de uma nova investigação para aprofundar as suspeitas de que recursos do governo federal abasteceram grupos envolvidos na realização de ataques à Corte e ao Congresso Nacional. A informação é do jornal O Globo.
As informações constam no relatório parcial sobre o inquérito dos atos antidemocráticos. A Procuradoria-Geral da República (PGR), entretanto, apontou discordâncias com essa hipótese criminal e solicitou o arquivamento da parte da investigação envolvendo políticos com foro privilegiado, sob o argumento de que a PF desviou o foco do objeto inicial do inquérito e ainda não havia encontrado provas de crimes.
A hipótese da PF é que a Secretaria de Comunicação Social (Secom) do Palácio do Planalto tenha abastecido com recursos públicos canais bolsonaristas que estimulavam uma intervenção militar e fechamento dos Poderes.
Além disso, a PF aponta que recursos podem ter sido repassados pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos por meio da contratação de assessores envolvidos nos atos antidemocráticos. Isso porque a PF detectou vínculos de contratação entre manifestantes extremistas e o ministério.
O relatório, assinado pela delegada Denisse Ribeiro, aponta, porém, que não foi possível aprofundar essas suspeitas. Um dos motivos que a delegada cita foi o fato de não ter obtido autorização para busca e apreensão contra pessoas vinculadas à Secom. A medida havia sido solicitada em junho do ano passado, mas teve parecer contrário da PGR.