metropoles.com

Aras tira crítica do governo de conselho de direitos humanos

Procurador-geral da República colocou a si mesmo na cadeira destinada a integrante do Ministério Público Federal no órgão

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Roberto Jayme/Ascom/TSE
38856410791_fec95b4060_o
1 de 1 38856410791_fec95b4060_o - Foto: Roberto Jayme/Ascom/TSE

O procurador-geral da República, Augusto Aras, destituiu a procuradora federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), Déborah Duprat, do assento destinado ao Ministério Público Federal (MPF) no Conselho Nacional dos Direitos Humanos, vinculado ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. No lugar da procuradora, o PGR colocou a si mesmo na cadeira e, como suplente, o procurador Ailton Benedito.

Duprat é crítica de diversas medidas do governo Bolsonaro. Nos últimos meses, a procuradora assinou notas técnicas contrárias ao decreto das armas, à comemoração do golpe militar de 1964 nos quarteis do Exército e até mesmo contra a indicação de Ailton Benedito, que pode agora assumir sua cadeira na ausência de Aras, à Comissão de Mortos e Desaparecidos.

O convite havia sido feito por Damares Alves e foi endossado por Bolsonaro, mas acabou barrado pelo Conselho Superior do Ministério Público.

A troca de cadeiras autorizada por Aras bloqueia a futura presidência de Duprat no Conselho. Rotativo, o cargo seria entregue à procuradora em 2020, visto que seria destinado ao ocupante do assento do MPF no órgão.

O Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) é destinado a ações preventivas e protetivas contra situações de violação de direitos humanos no Brasil. Entre as ações do órgão estão a fiscalização e monitoramento de políticas públicas na área, com recomendações de diretrizes e manifestações em atos e decretos do governo.

Compete ainda ao CNDH a instauração de procedimentos para apurar condutas contrárias aos direitos humanos e aplicar sanções.

Crítica
Duprat tem histórico de posicionamento crítico a diversas medidas da gestão Bolsonaro, especialmente na área de direitos humanos. Ela assina, por exemplo, nota técnica que aponta inconstitucionalidades nos decretos de armas do Planalto, que buscariam ‘subverter’ o Estatuto do Desarmamento.

“O objetivo declarado da medida é cumprir com uma promessa de campanha política, pouco importando os princípios da legalidade e da separação de poderes, bem como o dever público de promover a segurança pública”, afirmou Duprat, em nota enviada ao Congresso e à Procuradoria-Geral da República em maio deste ano.

Em junho, a procuradora deu dez dias para o ministro da Educação, Abraham Weintraub, divulgar “imediata retratação pública” sobre nota técnica emitida pela pasta na qual “desautoriza” pais, alunos, professores e funcionários a divulgarem ou estimulares protestos pelo direito à educação. À época, o MEC enfrentava manifestações sobre o contingenciamento de verbas imposto às universidades federais.

Duprat também foi contrária à indicação de Ailton Benedito à Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos, que analisa processos relacionados a desaparecidos políticos da ditadura militar. A procuradora citou manifestações de Benedito que trata o golpe militar como uma ‘revolução’ que hoje é “achincalhada” pela “esquerda”.

Benedito afirmou que a crítica seria uma ‘tentativa de censura’. Com a mudança determinada por Aras, o procurador pode assumir a cadeira de Duprat no Conselho Nacional de Direitos Humanos.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?