Após STF decidir liberar Dirceu da prisão, Palocci pede habeas corpus
Ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil alega que sofre “indisfarçável e hialino constrangimento ilegal”
atualizado
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O ex-ministro Antonio Palocci — Fazenda e Casa Civil nos governos Lula e Dilma — quer responder em liberdade às ações penais da Operação Lava Jato. Seus advogados de defesa, em pedido de habeas corpus de 166 páginas ao Supremo Tribunal Federal (STF), Palocci alega que sofre “indisfarçável e hialino constrangimento ilegal, consubstanciado na decretação da sua prisão preventiva à absoluta míngua de justa causa e ao arrepio da lei”.
O pedido é datado de 26 de abril, apenas 24 horas depois de o STF mandar soltar dois condenados da Lava Jato, o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula, e o ex-tesoureiro do PP, João Cláudio Genu — nesta terça-feira (2/5), o Supremo soltou mais um personagem emblemático da Lava Jato, o ex-ministro da Casa Civil (Governo Lula), José Dirceu.
O habeas ataca decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) por “encampar ilegalidade” ao não acolher o pedido anteriormente apresentado à Corte “a despeito da flagrante ilegalidade formal e material do édito prisional e de se acharem ultrapassados todos os prazos razoáveis para a formação da culpa”.
Um dos argumentos da defesa de Palocci é o “excesso no prazo havido como razoável para a formação da culpa, também a reclamar a concessão da ordem de habeas corpus, ainda que de ofício”.
“Não pode haver ‘cegueira hermenêutica deliberada’ na Corte Constitucional quando, por qualquer que seja o meio ou de que forma for, lhe seja trazida ao conhecimento coação ilegal que afronte o Texto Magno”, sustentam os advogados de Palocci.