Cármen Lúcia: “O cidadão está cansado da ineficiência de todos nós”
A ministra do STF participou da inauguração de presídio em Formosa que tem capacidade para 300 presos e custou R$ 19 milhões
atualizado
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Em sua segunda visita a Goiás neste ano, a ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), afirmou nesta sexta-feira (9/2), durante a inauguração do novo presídio de Formosa (GO), com capacidade para 300 vagas, que o cidadão brasileiro está farto, inclusive, do Judiciário. “O cidadão brasileiro está cansado da ineficiência de todos nós, e cansado inclusive de nós do sistema Judiciário. Por mais que tentemos, e estamos tentando com certeza, temos um débito enorme”, pontuou.
Este é o primeiro de cinco presídios que serão abertos no estado. Juntos, eles devem acrescentar 1.588 vagas ao sistema prisional de Goiás, segundo a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária do Estado. Durante a visita, acompanhada por representantes e autoridades da cidade, do estado, do CNJ e do STF, Cármen ouviu a certificação de Marconi Perillo (PSDB), governador de Goiás, de que a capacidade do novo espaço será respeitada. “Temos o compromisso. Trezentas vagas são trezentas vagas”, disse o chefe do Executivo local.
No dia 1º de janeiro deste ano, nove presos foram assassinados e 14 ficaram feridos em confronto entre detentos do regime semiaberto no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. A inauguração desta sexta marca um mês do primeiro encontro da ministra com autoridades de Goiás, quando Cármen cobrou de Perillo informações sobre as facções que atuam nos presídios locais.
Depois da inauguração do presídio em Formosa, a ministra viajou à capital de Goiás. Lá, participou de ato de destruição de armas apreendidas na sede do Exército, junto do governador. Depois, Cármen e Perillo seguem para o Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) para a segunda reunião da força-tarefa criada com objetivo de discutir a crise do sistema prisional goiano.
Segundo o governo do estado, o novo presídio custou cerca de R$ 19 milhões aos cofres públicos. A construção visa melhorar a situação do sistema prisional goiano e atender as resoluções estabelecidas pelo Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária.
O presídio tem 6 mil metros quadrados, com sala de aula, pátio para tomar sol, área destinada a atendimento psicológico e espiritual, bem como galpões e guaritas de segurança, de acordo com o governo.
São dois pavilhões de celas que comportam de um a oito presos cada uma, separados conforme o nível de periculosidade. Além das vagas coletivas, o local tem quatro celas para isolamento.
Transferência
Segundo o vice-governador do estado, José Eliton, 110 presos da cidade serão remanejados para o novo presídio. O processo estratégico de transferência das vagas de outras cidades, como de Goiânia, ainda será definido, e não deve demorar, acrescenta o vice.
Ele ainda contou que o setor do regime semiaberto no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia será demolido e substituído por nova construção, em outro lugar.