Após mortes na Papuda, defesa de Maluf volta a pedir prisão domiciliar
Solicitação ocorre dias após dois detentos com problemas cardíacos irem a óbito no Complexo Penitenciário
atualizado
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A defesa do deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) enviou, nesta quinta-feira (4/1), uma nova petição à Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, reiterando o pedido para que seja concedida prisão domiciliar ao parlamentar. A solicitação ocorre dias após a morte de dois detentos com problemas cardíacos no Complexo Penitenciário da Papuda – onde o político está preso atualmente.
Na petição enviada à Justiça, os advogados de Maluf afirmam a gravidade do estado de saúde do deputado e que o Centro de Detenção Provisória (CDP), unidade onde ele é mantido, não tem condições de prestar assistência médica adequada aos detentos. Ainda segundo a defesa, os presos da Papuda estariam “totalmente desassistidos” em casos de emergências que não ocorram das 9h às 16h, em dias úteis, horário de atendimento da equipe no complexo penitenciário.
Maluf está preso na Papuda desde dezembro do ano passado, em razão da condenação no Supremo Tribunal Federal (STF) a 7 anos, 9 meses e 10 dias, em regime fechado, pelo crime de lavagem de dinheiro.“A situação é gravíssima e apenas confirma que a defesa tinha razão em se preocupar e alertar este Juízo sobre os problemas cardíacos de Paulo Maluf e, principalmente, sobre a incapacidade de o sistema prisional poder prestar a devida e necessária assistência médica a um idoso cardíaco de 86 anos, quadro especialmente delicado e de enorme risco”, registra a defesa do político, encabeçada pelo advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay.
“Medida humanitária”
As mortes que motivaram o envio do novo documento, pela defesa, ocorreram entre os dias 31 de dezembro e 1º de janeiro, no interior de celas do complexo penitenciário. Na noite de 31/12, um detento de 24 anos apresentou falta de ar e morreu sem receber atendimento a tempo. Em 1º/1, também à noite, outro interno, de 40 anos, sofreu um infarto fulminante. Na petição, os defensores citam as notícias veiculadas pelo Metrópoles para embasar o pedido.
Os advogados de Maluf registram no documento que estiveram na Papuda, nos feriados de Natal e Ano-Novo, e o deputado relatou, na ocasião, alguns desconfortos intestinais e problemas para dormir. No entanto, por não haver regime de plantão para os profissionais da saúde no CDP, teria ficado desassistido. “Inacreditavelmente, o requerente teve que aguardar o término dos feriados para receber, enfim, o atendimento médico necessário, o que resultou em dias de sofrimento desnecessário e cruel”, ressaltam os defensores do político.
“Paulo Maluf é um senhor de 86 anos de idade, com diagnóstico de recidiva de câncer de próstata, hérnia de disco em estágio grave, com limitação severa de mobilidade; longo histórico de problemas cardíacos devidamente comprovados, com intervenções cirúrgicas”, listam os advogados. “Logo, é extremamente preocupante o quadro ora revelado, que demonstra a completa impossibilidade de o CDP conseguir prestar a devida assistência médica ao peticionário no caso de incidente cardíaco”, asseveram.