metropoles.com

Após derrota no STJ, saiba as opções que restaram a Lula

Atualmente, a única barreira entre o presidente e o sistema penitenciário é o julgamento de embargos de declaração junto ao TRF-4

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles

Nesta terça-feira (6/3), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve uma derrota significativa em sua tentativa de evitar a prisão. A 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) rejeitou, por unanimidade, pedido de habeas corpus apresentado pela defesa do petista. Os advogados solicitavam a suspensão da execução da pena de Lula, condenado em segunda instância a 12 anos e 1 mês de cadeia pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. A negativa do STJ não significa um fim aos recursos do político ou a determinação imediata de prendê-lo, mas diminui suas chances de se livrar das grades.

Atualmente, a barreira que separa o ex-presidente de uma temporada no sistema penitenciário são os embargos de declaração à sentença condenatória, apresentados pela defesa de Lula ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) no mês passado. A sentença que condenou o petista, proferida pela 8ª Turma do TRF-4, previa a execução da pena apenas após o fim de todos os recursos em segunda instância.

Como a condenação do ex-presidente foi decisão unânime da Turma, os embargos de declaração são o último agravo possível junto ao TRF-4. Caso o recurso seja negado e se mantenha a sentença, a prisão de Lula pode ser determinada. Ainda não há prazo para o julgamento dos embargos.

Para não depender desse resultado, a defesa do petista ajuizou pedidos de habeas corpus preventivos tanto no STJ quanto no Supremo Tribunal Federal (STF). Com a negativa da primeira Corte, a última alternativa do presidente é o STF.

Em fase liminar, o pedido dos advogados foi indeferido pelo ministro Edson Fachin, relator do caso. O magistrado liberou o processo para julgamento em plenário. No entanto, a competência para definição das pautas analisadas pela Corte é da presidente do STF, ministra Cármen Lúcia. Até agora, ela não deu sinais de que colocará a ação em pauta.

Revisão do tema
Outra possibilidade capaz de beneficiar o ex-presidente seria a revisão do entendimento do Supremo que possibilita a execução penal após condenação em segunda instância.

O tema, pacificado pela Corte em 2016, foi o principal argumento utilizado pelos ministros do STJ para negar a concessão de habeas corpus ao ex-presidente, nesta terça. Segundo os magistrados, o tribunal tem de se curvar ao entendimento do STF quanto à questão.

Nos últimos meses, o assunto tem voltado a ser tópico de conversas na Suprema Corte porque o ministro Gilmar Mendes, que inicialmente votou pela possibilidade de execução penal após condenação em segunda instância, afirmou recentemente ter mudado de opinião.

O novo entendimento do ministro pode significar uma alteração na concepção da Corte, já que colocaria a maioria dos integrantes do tribunal contra a execução em segunda instância.

Já existem no STF duas ações que pedem revisão do entendimento sobre execução penal. A condenação do ex-presidente colocou mais pressão sobre o Supremo. No entanto, em janeiro deste ano, a ministra Cármen Lúcia afirmou que reanalisar o tema por causa do caso Lula seria “apequenar” o Supremo.

Especialista
Para o professor e mestre em direito e processo penal pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) Euro Bento Maciel Filho, a decisão proferida pelo STJ nesta terça-feira (6/3) dá “sinal verde” para a prisão do ex-presidente Lula.

“Até que nossa Suprema Corte reveja essa questão, o STJ acaba de conferir ‘sinal verde’ para que o TRF-4 expeça mandado de prisão em face do ex-presidente, assim que forem julgados os embargos de declaração”, afirma. “A prisão em segundo grau, vale dizer, não é uma obrigação, porém, tudo indica que aquela Corte irá adotar a recente orientação jurisprudencial do STF e, assim, determinar a prisão do ex-presidente”, acrescenta.

O professor, o qual defende a revisão da prisão em segunda instância no Supremo, aposta que a defesa do ex-presidente dedicará seus esforços ao habeas corpus preventivo já tramitando na Corte. Após o julgamento desta terça, o ex-ministro do STF e atual advogado de Lula, Sepúlveda Pertence, disse lamentar a decisão do STJ.

Em entrevista a jornalistas após o julgamento, ele falou que a divisão do STF sobre o tema “não pode continuar” e a concessão ou não de habeas corpus na Corte, atualmente, depende do relator. “[Esperamos que] o Supremo Tribunal se defina a respeito, terminando essa dramática divisão”, disse. Ainda de acordo com Pertence, a defesa permanecerá tentando conseguir um habeas corpus no STF, e os próximos passos dos advogados de Lula ainda serão discutidos.

O ex-presidente Lula foi condenado a 12 anos e 1 mês de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ele é acusado de receber propina da construtora OAS por meio de um apartamento triplex no Guarujá (SP). A acusação afirma que, em troca, o petista teria beneficiado a empreiteira em contratos com a Petrobras.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?