Após 3 horas de depoimento, Lula retorna à carceragem da PF
Além do ex-presidente, também foi ouvido pela juíza Gabriela Hadt o empresário Antônio Carlos Bumlai
atualizado
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O depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durou cerca de três horas na Justiça Federal em Curitiba. Após prestar esclarecimentos à juíza Gabriela Hardt, substituta do juiz Sérgio Moro na Operação Lava Jato, Lula retornou no final da tarde desta quarta-feira (14/11) para a carceragem da Polícia Federal na capital paranaense, onde está preso desde o dia 7 de abril deste ano.
Esse foi o primeiro depoimento de Lula após a prisão. Além dele, o pecuarista José Carlos Bumlai também foi ouvido. Os dois são réus na ação sobre as reformas no sítio de Atibaia (SP) que era frequentado pelo ex-presidente. De acordo com a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal, a propriedade está em nome do empresário Luiz Fernando Bittar, mas seria, de fato, do petista.
Nessa ação penal, Lula é acusado de 10 atos de corrupção e 44 de lavagem de dinheiro, na Operação Lava Jato.
Essa é a terceira vez que Lula foi ouvido como réu da Lava Jato – a primeira ocorreu em 10 maio de 2017; a segunda vez, em 13 de setembro –, mas a primeira como preso e também sem o juiz federal Sérgio Moro, o qual se afastou dos processos para ser futuro ministro da Justiça e Segurança Pública do governo de Jair Bolsonaro (PSL).
Lula sustenta ser inocente, não existirem provas contra ele e que é vítima de uma perseguição política nos processos da Lava Jato. Sua defesa acusa também Moro de ter perdido a imparcialidade processual e tenta, sem sucesso, anular os casos.
Condenado em segundo grau na ação do triplex do Guarujá (SP), à pena de 12 anos e 1 mês de prisão, o ex-presidente também é réu em outro processo em fase final, sobre propinas da Odebrecht na compra de um terreno de R$ 12 milhões para o Instituto Lula e de um apartamento em São Bernardo do Campo usado pela família do petista.
A juíza federal Gabriela Hardt, substituta de Moro, ouviu o político e seu amigo pecuarista José Carlos Bumlai, também réu no processo. Os interrogatórios na sala de audiências da 13ª Vara Federal, em Curitiba, marcam o final das oitivas dos réus no caso do sítio de Atibaia – um dos episódios mais emblemáticos do escândalo de corrupção envolvendo Lula.
Na ação do sítio, o ex-presidente e outros 12 réus são acusados de ocultarem propinas de contratos da Petrobras em reformas e compra de equipamentos para o imóvel. A Lava Jato entende que a propriedade é de Lula, mas em nome de laranjas. O caso ainda está sob investigação e pode virar outra denúncia.
O ex-presidente, segundo a força-tarefa da Lava Jato, teria sido contemplado com propina de R$ 1,02 milhão. O dinheiro seria de José Carlos Bumlai e relacionado a empréstimo fraudulento do Grupo Schahin ao PT e a negócios da empresa com a Petrobras, bem como da Odebrecht e da OAS, também decorrentes de contratos com a estatal.
(Com informações da Agência Estado)