Análise de sistema da Odebrecht indica R$ 1,4 mi a Maia e seu pai
Caberá ao relator da Operação Lava Jato no STF, Edson Fachin, decidir se estica ou não o prazo de investigações contra o deputado
atualizado
Compartilhar notícia
Ao pedir mais 60 dias para concluir um inquérito que investiga o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e seu pai, César Maia, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, apontou que a análise do sistema de propina da Odebrecht indica supostas execuções de pagamento que totalizam R$ 1,4 milhão para codinomes que se referem aos dois investigados.
Caberá ao relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, decidir se estica ou não o prazo da apuração.
“Em síntese, o trabalho policial aponta que foram constatados, a partir de exames periciais em arquivos disponíveis no material examinado, registros de negociações, ordens de pagamentos e execução de pagamentos aos beneficiários de codinomes ‘Déspota’, ‘Botafogo’ e ‘Inca’, atribuídos a César Maia e a Rodrigo Maia“, apontou a procuradora-geral da República.
Entre as medidas que ainda faltam ser realizadas no inquérito está a obtenção dos registros históricos de cadastro dos terminais telefônicos utilizados por Maia e seu pai.
A investigação foi aberta em abril de 2017 com base em delações de executivos e ex-executivos da Odebrecht. À época, um dos delatores afirmou que Maia teria solicitado R$ 350 mil como forma de contribuição para a campanha eleitoral de 2008.
No entanto, nem Maia nem seu pai foram candidatos na eleição daquele ano. Em 2010, segundo a PGR, Maia teria solicitado um repasse financeiro a um ex-diretor da empreiteira, tendo como pano de fundo a campanha de seu pai.
Segundo a PGR, foi autorizado o “pagamento de R$ 600 mil, dos quais já se encontrou comprovantes de pagamento de R$ 400 mil, realizado pelo Setor de Operações Estruturadas”, conhecido como o setor de propinas da empreiteira.
Outro lado
Procurada, a assessoria de Rodrigo Maia não havia se manifestado até a publicação deste texto. A defesa de Rodrigo Maia e do ex-prefeito César Maia não atendeu às ligações da reportagem.