AGU pede direito de resposta a revista que associou Bolsonaro a Hitler e envia sua própria “edição”
O órgão sugeriu uma nova capa, na qual quer que a IstoÉ diga que o presidente defendeu o direito à vida, ao emprego e à liberdade
atualizado
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O advogado-geral da União, Bruno Bianco, enviou uma notificação extrajudicial à revista IstoÉ pedindo direito de resposta por uma capa crítica ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), na qual o retrata como Adolf Hitler.
A edição mais recente da revista, publicada na última sexta-feira (16/10), aborda o relatório da CPI da Covid e o desempenho do governo frente à pandemia de coronavírus. “Arquiteto da tragédia – As práticas abomináveis do mercador da morte”, dizem a manchete e a legenda da capa.
“O Brasil está enfrentando seu momento Nuremberg [tribunal que julgou crimes do regime nazista]. É hora de compreender a extensão da catástrofe perpetrada pelo presidente e por seus asseclas. E é o que a comissão está fazendo”, afirma o texto. Na imagem central da capa, Bolsonaro aparece com um bigode semelhante ao de Hitler e está escrita a palavra “genocida”.
A AGU afirma que “essa veiculação não condiz com a verdade dos fatos” e que “a notícia veiculada atinge direta e indevidamente a imagem do presidente da República, como chefe de Estado e do governo no país e no exterior”.
Leia a íntegra:
Capa de Bolsonaro by Metropoles on Scribd
Além disso, teria se mostrado “o periódico, estranhamente, omisso sobre os programas e avanços públicos desenvolvidos pelo Estado brasileiro na seara da saúde desde o início da crise sanitária, no que repercute em difusão de informações dotadas de parcialidade, com prejuízos não só ao agente alvo de infundada criminalização, mas ao público leitor, o que corrobora a pertinência deste pedido de resposta”.
A AGU recomenda que se substitua o título, em edição próxima, de “Arquiteto da tragédia” por “Vidas, empregos, dignidade”. Na capa, Bolsonaro acenando e em desfile de 7 de setembro, além de abraçado por brasileiros.
“Comparar este governo a um que planejou e executou o extermínio do próprio povo é um artifício ao mesmo tempo ridículo, pueril, acintoso e criminoso. E chega a ser um deboche com a inteligência de quem ainda lê esta revista”, o órgão pretende que sua versão da revista seja publicada, segundo a AGU recomenda como direito de resposta.
O Metrópoles entrou em contato com a IstoÉ perguntando qual medida será tomada pelo veículo. Até o momento, no entanto, a revista não retornou. O espaço segue aberto.