80 tiros: Justiça Militar ouve testemunhas de defesa nesta quarta
Uma abordagem da polícia no Rio de Janeiro levou à morte do músico Evaldo dos Santos Rosa e do catador Luciano Almeida
atualizado
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A Justiça Militar da União ouve, nesta quarta (09/10/2019) e quinta-feira (10/10/2019), testemunhas de defesa dos 12 militares do Exército acusados pela morte do músico Evaldo dos Santos Rosa e do catador de materiais recicláveis Luciano Almeida. O caso ficou conhecido como 80 tiros, em referência à quantidade de disparos alvejados contra o carro de uma das vítimas.
Serão ouvidos nesta quarta-feira militares da Polícia Militar do Rio de Janeiro. Na quinta, ocorrerá a qualificação e o interrogatório de todos os acusados, quando serão ouvidos, individualmente, pela primeira vez no processo criminal. As audiências, previstas para começar às 10h da manhã, serão conduzidas pela juíza federal Mariana Queiroz Aquino Campos.
Em 25 de maio, a Auditoria ouviu, em juízo, sete testemunhas de acusação e uma vítima — o sogro de Evaldo Santos. Nos dias 27 e 28 de junho foram inquiridas e ouvidas as testemunhas indicadas pelos réus.
Neste momento, esta Ação Penal contra os 12 militares está se aproximando da fase final, de acordo com informações do Superior Tribunal Militar (STM). Após ouvir os réus, a juíza deverá abrir prazo para apresentação de novas diligências para a defesa e para a acusação.
Em seguida, as partes entregarão as alegações finais e logo depois o juízo marcará a sessão de julgamento e leitura da sentença, onde será decidido se os réus serão culpados ou inocentes; caso sejam condenados, é divulgada a dosimetria da pena.
Histórico
Os militares do Exército foram denunciados junto à Justiça Militar da União em 11 de maio pelos crimes de homicídio qualificado e por omissão de socorro, por supostamente não terem prestado assistência às vítimas.
Após a realização de audiência de custódia, logo após a ação criminosa, nove dos militares que participaram da operação do Exército e que já haviam sido presos em flagrante tiveram a prisão preventiva decretada. Atualmente, todos os réus respondem ao processo em liberdade, após a concessão de habeas corpus pelo STM.
O episódio ocorreu durante uma ação de patrulhamento do Exército na área da Vila Militar em Guadalupe, na Zona Norte do Rio de Janeiro, em 7 de abril.