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Justiça revoga prisão domiciliar de bolsonarista que matou petista

O policial penal Jorge Guaranho teve alta do hospital e agora deve ser encaminhado ao Complexo Médico Penal

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Jorge José da Rocha Guaranho, acusado de matar tesoureiro petista
1 de 1 Jorge José da Rocha Guaranho, acusado de matar tesoureiro petista - Foto: Reprodução/Redes sociais

O juiz Gustavo Germano Francisco Arguello, da 3ª Vara Criminal de Foz do Iguaçu, revogou a prisão domiciliar do policial penal Jorge Guaranho. O apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) é acusado de matar a tiros o tesoureiro do PT Marcelo Arruda.

“Determino o imediato recambiamento do réu Jorge José da Rocha Guaranho ao Complexo Médico Penal, ambiente prisional mais adequado ao caso”, diz a decisão.

O magistrado afirma que o local “possui condições de garantir a manutenção diária das necessidades básicas do custodiado com supervisão contínua”. Guaranho também foi atingido na ocasião e se recupera dos ferimentos.

A mudança no entendimento ocorre depois foi encaminhado um novo documento que afirma que o Complexo Médico Penal de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, tem sim condições adequadas para receber o bolsonarista.

Dessa forma, o juiz acredita não ser mais necessário manter a prisão domiciliar, que tinha caráter “temporário e excepcional”. Com a revogação, a monitoração eletrônica (uso da tornozeleira) também é suspensa.

Veja a íntegra da nova decisão:

Defesa da família de Arruda comemora

Em nota, os advogados da família de Marcelo Arruda reagiram positivamente à decisão, que entendem como fundamental. A partir de agora, aguardam que a transferência seja efetivada e que o processo prossiga na justiça.

“A permanência dele em domiciliar era uma afronta a justiça, uma vez que o réu cometeu um crime hediondo por intolerância política e, portanto, possuía grande periculosidade além de risco de fuga para o estrangeiro”, diz o pronunciamento.

A defesa dos familiares de Arruda é feita por Ian Martin Vargas, Paulo Henrique Guerra Zuchoski, Daniel de Oliveira Godoy Junior e Andrea Jamur Pacheco Godoy.

O caso

O guarda municipal de Foz do Iguaçu Marcelo Arruda, candidato a vice-prefeito pelo PT nas últimas eleições, foi assassinado a tiros durante sua festa de aniversário de 50 anos, na noite de 9 de julho. A festa tinha como tema o PT e fazia várias referências ao ex-presidente e pré-candidato Luiz Inácio Lula da Silva.

O evento seguia normalmente quando, por volta das 23h, Jorge Guaranho, que se declara apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), foi ao local e discutiu com os participantes. Ele levava no carro a esposa e a filha, um bebê de colo.

Em julho, 0 Ministério Público do Paraná denunciou Guaranho pelo homicídio de Marcelo Arruda. Um dos agravantes apontados pelos promotores foi o “motivo fútil” para o homicídio, “havendo a querela sido desencadeada por preferência política-partidária”. Outra qualificação apontada pelos autores da denúncia foi a possibilidade de a ação “resultar em perigo comum” ou coletivo.

Após a primeira briga, na qual teve terra atirada contra seu veículo, Guaranho saiu, mas afirmando que voltaria. Minutos depois, retornou sozinho e armado e atirou em Marcelo, que revidou e baleou o policial.

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