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Justiça retoma depoimentos de testemunhas do caso Dom e Bruno nesta 5ª

Dom e Bruno foram assassinados em junho de 2022, no Amazonas. Justiça avalia se réus devem ir a júri popular

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protesto pela morte do indigenista bruno pereira e jornalista britânico dom phillips - Metrópoles
1 de 1 protesto pela morte do indigenista bruno pereira e jornalista britânico dom phillips - Metrópoles - Foto: Cris Faga/NurPhoto via Getty Images

A Justiça Federal retoma, nesta quinta-feira (20/7), as audiências no caso do assassinato do indigenista brasileiro Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips. Os dois foram mortos em junho de 2022, na terra indígena Vale do Javari (AM).

Na audiência desta quinta, cinco testemunhas devem prestar depoimento. A Justiça analisa se os réus Amarildo da Costa Oliveira, conhecido por “Pelado”; Oseney da Costa de Oliveira, o “Dos Santos”; e Jefferson da Silva Lima, o “Pelado da Dinha” serão levados a júri popular.

Na próxima quinta-feira (27), estão previstas as oitivas dos três réus no caso. Caso não haja novas diligências, eles serão os últimos a serem ouvidos antes do veredito do magistrado sobre a convocação do Tribunal do Júri.

Em 5 de junho de 2022, a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) denunciava o desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips na segunda maior terra indígena do país, onde há a maior concentração de povos isolados.

Após dez dias de intensas buscas, os restos mortais foram encontrados esquartejados, carbonizados e enterrados em área de mata fechada, a pouco mais de um quilômetro da margem do Rio Itacoaí.

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Contudo, nesse percurso, os dois desapareceram. As equipes de vigilância indígena da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) fizeram as primeiras buscas, sem resultados
No dia seguinte, a Univaja emitiu comunicado informando, oficialmente, o sumiço dos homens. Em seguida, equipes da Marinha, Polícia Federal, Ministério Público Federal e do Exército foram mobilizadas e deram início a uma operação de busca
Em 8 de maio, a força-tarefa efetuou a prisão do primeiro suspeito pelo desaparecimento: Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como Pelado. Vestígios de sangue foram encontrados na lancha de Amarildo após perícia da Polícia Federal 
Em 12 de junho, uma semana depois, mochilas com os pertences pessoais de Dom e Bruno foram encontradas. Não muito tempo depois, Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como “Dos Santos”, irmão de Pelado, foi preso sob suspeita de envolvimento no crime
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Em 5 de junho de 2022, o jornalista Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira viajavam juntos para que Dom realizasse entrevistas para o livro que escrevia sobre a preservação da Amazônia

Photo by Victoria Jones/PA Images via Getty Images
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Arquivo pessoal
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Contudo, nesse percurso, os dois desapareceram. As equipes de vigilância indígena da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) fizeram as primeiras buscas, sem resultados

Divulgação
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No dia seguinte, a Univaja emitiu comunicado informando, oficialmente, o sumiço dos homens. Em seguida, equipes da Marinha, Polícia Federal, Ministério Público Federal e do Exército foram mobilizadas e deram início a uma operação de busca

Reprodução/Redes sociais
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Em 8 de maio, a força-tarefa efetuou a prisão do primeiro suspeito pelo desaparecimento: Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como Pelado. Vestígios de sangue foram encontrados na lancha de Amarildo após perícia da Polícia Federal 

Arquivo pessoal
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Em 12 de junho, uma semana depois, mochilas com os pertences pessoais de Dom e Bruno foram encontradas. Não muito tempo depois, Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como “Dos Santos”, irmão de Pelado, foi preso sob suspeita de envolvimento no crime

Reprodução/Redes sociais
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Mulheres realizam manifestação após morte de Bruno e Dom na Amazônia

Photo by Victoria Jones/PA Images via Getty Images
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Bruno e Dom foram interceptados em rio e executados

Material cedido ao Metrópoles
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Os suspeitos, então, teriam retirado os pertences pessoais das vítimas do barco em que estavam e o afundaram. Em seguida, queimaram os corpos de Dom e Bruno

Redes sociais/reprodução
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A tentativa de ocultação, porém, não teria dado certo. Jeferson e Amarildo retornaram no dia seguinte, esquartejaram os corpos e os enterraram em um buraco escavado. A distância entre o local em que os pertences foram escondidos e onde os corpos foram enterrados é de 3,1 km

Divulgação/Polícia Federal
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Depois de fazer uma reconstituição do caso junto a Amarildo, a força-tarefa anuncia ter encontrado “remanescentes humanos” que, mais tarde, se confirmariam como os corpos de Dom e Bruno

Reprodução/Redes sociais
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Em 16 de junho, os corpos de Dom e Bruno chegaram a Brasília para realização de perícia e confirmação de identidade

Igo Estrela/Metrópoles
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Em 19 de junho, a polícia informou ter identificado outros cinco suspeitos que teriam atuado na ocultação dos cadáveres. Segundo a PF, “os executores agiram sozinhos, não havendo mandante nem organização criminosa por trás do delito”

Reprodução/Twitter/@andersongtorres
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Exame médico-legal indicou que morte de Dom Phillips foi causada por disparo de arma de fogo

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A morte de Bruno Pereira foi causada, segundo os peritos, por traumatismo toracoabdominal e craniano por disparos de arma de fogo com munição típica de caça, “que ocasionaram lesões no tórax/abdômen (2 tiros) e face/crânio (1 tiro)”

Funai/Divulgação
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Bruno era considerado um dos indigenistas mais experientes da Funai. Ele dedicou a carreira à proteção dos povos indígenas. Nascido no Recife, tinha 41 anos. Ele deixa esposa e três filhos

Reprodução
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Dom Phillips, 57 anos, era colaborador do jornal britânico The Guardian. Ele se mudou para o Brasil em 2007 e morava em Salvador, com a esposa

Twitter/Reprodução

Audiências

Após sucessivos adiamentos desde março, as sessões foram retomadas em abril, com novos interrogatórios de testemunhas e informantes tanto de acusação, quanto de defesa. Após a conclusão desta fase, o juiz determinou que os réus seriam ouvidos novamente neste mês de julho.

Oseney e Jefferson estão detidos em um presídio federal em Mato Grosso do Sul, e Amarildo, em uma penitenciária federal no Paraná. Além dos três acusados, as investigações da Polícia Federal (PF) indicam que Colômbia é o mandante dos assassinatos.

Em 8 de maio, Amarildo, Jefferson e Oseney falaram pela primeira vez em juízo. Eles foram interrogados por videoconferência, de dentro da cadeia. Amarildo e Jefferson confirmaram a culpa pela morte de Bruno e Dom, conforme já tinham feito à polícia quando foram presos. Oseney, no entanto, nega envolvimento, apesar das investigações o incluírem no caso.

O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1),porém, atendeu pedido da defesa dos réus uma semana depois, em 16 de maio, e anulou os depoimentos, aceitando parcialmente um habeas corpus que pedia que testemunhas de defesa indeferidas anteriormente fossem ouvidas.

Na última segunda (17), o TRF-1 realizou a primeira audiência, quando Rubén Dario da Silva Villar, conhecido como Colômbia, prestou depoimento, inicialmente, como testemunha. Ele negou participação no crime e afirmou que nunca conheceu o indigenista. Sobre a relação com o pescador Amarildo, réu confesso do crime, Colômbia disse ter uma relação estritamente comercial.

Relembre o caso

Phillips, 57, e Pereira, 41, desapareceram em 5 de junho, no fim de um curto trajeto pelo rio Itacoaí. Pereira acompanhava Phillips em viagem de reportagem para um livro sobre desenvolvimento sustentável na Amazônia, mas o barco não chegou a Atalaia do Norte, conforme programado.

O desaparecimento foi comunicado às autoridades e à imprensa pela Univaja. Lideranças indígenas atuaram nas buscas ao lado das autoridades.

O exame médico-legal, realizado pelos peritos da PF, indicou que a morte de Dom Phillips foi causada por traumatismo toracoabdominal por disparo de arma de fogo, com munição típica de caça. Foram identificados “múltiplos balins” (múltiplos projéteis de arma de fogo), ocasionando lesões na região abdominal e torácica. Ele foi atingido com um tiro.

A morte de Bruno Pereira foi causada, segundo os peritos, por traumatismo toracoabdominal e craniano por disparos de arma de fogo com munição típica de caça, “que ocasionaram lesões no tórax/abdômen (2 tiros) e face/crânio (1 tiro)”.

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