metropoles.com

Justiça proíbe prefeitura do Rio de apreender livros na Bienal

Prefeito da capital carioca havia determinado a apreensão de exemplares de uma obra por considerar o conteúdo impróprio para crianças

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
reprodução
bienal
1 de 1 bienal - Foto: reprodução

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) concedeu no início da noite desta sexta-feira (06/09/2019) uma liminar proibindo a prefeitura da cidade de buscar e apreender obras na Bienal do Livro. A decisão atende a um pedido feito pela própria Bienal em reação a uma determinação do prefeito Marcelo Crivella (PRB), que mandou fiscais recolherem exemplares da HQ “Vingadores, a cruzada das crianças” por ter identificado conteúdo impróprio. Na obra, que foi lançada em 2010 e não é destinada ao público infantil, os personagens Wiccano e Hulkling são namorados.

A decisão do desembargador Heleno Ribeiro Pereira Nunes, da 5ª Câmara Cível, vem após uma fiscalização da Secretaria de Ordem Pública da cidade na Bienal para identificar livros com conteúdo “impróprio”. A fiscalização, porém, não encontrou nada de errado quando esteve no espaço da Bienal.

Também nesta sexta, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Rio havia condenado a atitude de Crivella. “A prefeitura não tem o poder de busca e apreensão. Este poder é, estritamente, do Judiciário. Desde 2011, a família homoafetiva é reconhecida. Nós sabemos disso, foi amplamente divulgado. Em 2019, a homofobia tornou-se crime, equiparado ao racismo”, afirmou Silvana do Monte Moreira, presidente da Comissão dos Direitos da Criança e do Adolescente da OAB-RJ.

Na decisão que proíbe as apreensões, o desembargador escreveu que “sem fazer qualquer juízo de valor a respeito do conteúdo das obras indicadas, alguns livros da Bienal espelham os novos hábitos sociais, sendo certo que o atual conceito de família, na ótica do STF, contempla vária formas de convivência humana e formação de células sociais”.

O despacho afirma também que “tal postura reflete ofensa à liberdade de expressão constitucionalmente assegurada”.

Defesa
Em um vídeo publicado no Twitter, Crivella falou sobre o ocorrido em um vídeo onde afirma que a decisão de recolher os gibis no evento teve o objetivo de “cumprir a lei e defender a família”. O prefeito carioca usa o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) como base para suas afirmações.

“As obras deveriam estar lacradas e identificadas quanto ao seu conteúdo. No caso em questão, não havia nenhuma advertência sobre o assunto abordado”, escreveu.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?