Justiça ordena prisão de Abib Maldaun Neto, médico acusado de abuso sexual
Nutrólogo havia sido condenado, mas respondia em liberdade. Com segunda denúncia de crime sexual, houve o decreto de prisão preventiva
atualizado
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São Paulo – O Tribunal de Justiça de São Paulo ordenou a prisão preventiva do médico nutrólogo Abib Maldaun Neto. Ele foi condenado em junho de 2018 por violação sexual mediante fraude. A sentença teve o endosso da segunda instância em julho de 2020, mas Maldun Neto respondia em liberdade.
Em novembro de 2020, o Ministério Público de São Paulo o denunciou pela segunda vez pelo mesmo crime. O órgão trouxe à Justiça o depoimento de 16 mulheres —sendo nove vítimas recentes e sete cujo relato é considerado prescrito, mas que colaboraram como testemunhas. As vítimas relataram que foram molestadas pelo médico dentro do seu consultório entre 1997 e 2020.
Segundo o Ministério Público, Maldaun Neto questionava as pacientes sobre sua vida sexual e conduzia exames fora dos padrões médicos, apalpando os seios e introduzindo os dedos nas vaginas das pacientes de forma inapropriada.
A juíza Ana Cláudia dos Santos Sillas fundamentou a decisão da prisão dizendo que considera grave que Abib Maldaun Neto possa ter cometido novos crimes mesmo após a primeira condenação.
Apesar de ter sido condenado por abuso sexual no exercício da profissão em 2018, o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) só cassou cautelarmente o registro de Maldaun Neto em 7 de outubro de 2020.
Antes das denúncias, o médico era bastante prestigiado pela elite paulistana, chegando a ter recebido, em 2016, a Medalha Anchieta e o Diploma de Gratidão da cidade de São Paulo. As honrarias foram revogadas pela Câmara Municipal no dia 2 de dezembro.
O Metrópoles procurou a defesa de Abib Maldaun Neto para comentar o assunto, mas ainda não recebeu retorno. O espaço está aberto.