metropoles.com

Justiça nega habeas corpus a João de Deus e ele segue na prisão

Pedido feito pela defesa foi negado por desembargador do Tribunal de Justiça de Goiás. O médium foi preso novamente na quinta-feira (26)

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Filipe Cardoso/Especial para o Metrópoles
Foto colorida de João de Deus - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida de João de Deus - Metrópoles - Foto: Filipe Cardoso/Especial para o Metrópoles

Goiânia – O desembargador Fábio Cristóvão de Campos Faria, do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), negou pedido de habeas corpus impetrado pela defesa de João Teixeira de Faria, o João de Deus.

Na quinta-feira (26/8), o médium, já condenado a mais de 64 anos de prisão por crimes sexuais, voltou ao regime fechado, após ser preso no âmbito de uma nova acusação.

Desde março de 2020, João de Deus cumpria pena em regime domiciliar, em sua residência em Anápolis, a 55 quilômetros de Goiânia, após alegar questões de saúde e a Justiça entender que seria necessário, diante da vulnerabilidade dele frente à pandemia da Covid-19.

Com a nova prisão, a defesa entrou com o pedido de liberação e retorno dele para casa. O desembargador que analisou o caso, no entanto, considerou temerária a concessão do pedido, no atual momento do processo.

A prisão de João de Deus foi decretada após o Ministério Público de Goiás (MPGO) oferecer a 15ª denúncia contra ele, referente a crimes sexuais. Nesse novo processo, que corresponde a oito vítimas, ele é acusado de estupro de vulnerável.

Segundo o MPGO, o caso relaciona outras 44 mulheres, mas, em razão de os crimes estarem prescritos, elas foram arroladas como testemunhas para depor e reforçar a forma de agir de João de Deus. Os crimes descritos aconteceram na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia.

17 imagens
Ele foi preso em dezembro de 2018 e permaneceu na prisão até março de 2020, quando passou a cumprir pena em regime domiciliar, em Anápolis
Casa em que João Teixeira de Faria, o João de Deus, cumpre prisão domiciliar
Residência de João de Deus, em Anápolis, tem forte aparato de segurança
Ele obteve a prisão domiciliar depois de ser internado várias vezes. A defesa alegou, ainda, a pandemia de Covid-19 como agravante
Até hoje, mais de dois anos depois da primeira denúncia, o Ministério Público de Goiás (MPGO) segue recebendo relatos de vítimas do médium
1 de 17

João de Deus já recebeu cinco condenações da Justiça

Filipe Cardoso/Especial para o Metrópoles
2 de 17

Ele foi preso em dezembro de 2018 e permaneceu na prisão até março de 2020, quando passou a cumprir pena em regime domiciliar, em Anápolis

Vinícius Schmidt/Metrópoles
3 de 17

Casa em que João Teixeira de Faria, o João de Deus, cumpre prisão domiciliar

Vinícius Schmidt/Metrópoles
4 de 17

Residência de João de Deus, em Anápolis, tem forte aparato de segurança

Vinícius Schmidt/Metrópoles
5 de 17

Ele obteve a prisão domiciliar depois de ser internado várias vezes. A defesa alegou, ainda, a pandemia de Covid-19 como agravante

Vinícius Schmidt/Metrópoles
6 de 17

Até hoje, mais de dois anos depois da primeira denúncia, o Ministério Público de Goiás (MPGO) segue recebendo relatos de vítimas do médium

Vinícius Schmidt/Metrópoles
7 de 17

João de Deus chegou a ficar preso em regime fechado entre dezembro de 2018 e março de 2020

Igo Estrela/Metrópoles
8 de 17

João de Deus responde a centenas de acusações por abuso sexual

Igo Estrela/Metrópoles
9 de 17

Mais de 320 vítimas de João de Deus já procuraram o MPGO

Igo Estrela/Metrópoles
10 de 17

Casa de Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, foi fundada pelo suposto médium. A maioria dos crimes sexuais teria ocorrido nessa instituição

Vinícius Schmidt/Metrópoles
11 de 17

Casa Dom Inácio de Loyola

Rafaela Felicciano/Metrópoles
12 de 17

Salão principal da Casa de Dom Inácio, em Abadiânia

Vinícius Schmidt/Metrópoles
13 de 17

Movimento na casa é pequeno, formado na maioria por estrangeiros, e isso se reflete economicamente no mercado em volta

Vinícius Schmidt/Metrópoles
14 de 17

Cachoeira onde Hidomi foi encontrada fica dentro da propriedade pertencente à Casa de Dom Inácio de Loyola

Vinícius Schmidt/Metrópoles
15 de 17

Fotografia de João de Deus na parede da Casa de Dom Inácio

Vinícius Schmidt/Metrópoles
16 de 17

Farmácia onde se vendia passiflora na Casa Dom Inácio

Vinícius Schmidt/Metrópoles
17 de 17

Palco do salão principal onde João de Deus costumava falar com o público e fazer demonstrações na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia

Vinícius Schmidt/Metrópoles
Prisão

O juiz da comarca de Abadiânia entendeu pela necessidade de prisão e retorno dele ao regime fechado no Núcleo de Custódia do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, por acreditar que isso é uma forma de preservar a segurança das vítimas.

“Em prisão domiciliar, o acusado pode a qualquer momento, por si ou por alguém a seu mando, entrar em contato pessoal ou por meio virtual com vítimas, testemunhas ou terceiras pessoas que possam vir a intimidá-las, ameaçá-las ou mesmo atentar contra suas integridades físicas e a própria vida”, expôs o juiz.

Para o magistrado, a saúde de João de Deus também não é um impedimento para que ele fique preso em regime fechado. “Em razão de sua idade avançada, é de se presumir que o acusado já recebeu as duas doses de vacina contra Covid-19 e se encontra possivelmente imunizado”.

Condenações

João de Deus, que ficou conhecido mundialmente pelos atendimentos espirituais na Casa de Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, já foi condenado a mais de 64 anos de prisão por crimes, como estupro e abuso sexual, além de outras práticas.

O escândalo envolvendo o nome dele veio à tona em dezembro de 2018, após os relatos das primeiras mulheres que se apresentaram como vítimas dos crimes cometidos por ele.

Mais de dois anos se passaram e o MPGO continua sendo procurado por mulheres de todo o Brasil, que relatam terem sido vítimas de João de Deus. Até então, mais de 320 pessoas já registraram denúncias contra o médium, no Ministério Público.

Desde dezembro de 2018, o MPGO já ofereceu 15 denúncias à Justiça, que têm João de Deus como acusado. A maioria dos processos segue tramitando na comarca de Abadiânia.

Até o momento, ele já foi condenado quatro vezes.

Veja:

– 19 anos e 4 meses de reclusão por violação sexual mediante fraude, na modalidade tentada, violação sexual mediante fraude, e dois estupros de vulneráveis;

– 40 anos de reclusão por 5 estupros de vulneráveis;

– 2 anos e 6 meses de reclusão por violação sexual mediante fraude contra uma vítima; e

– 4 anos de reclusão por posse irregular de arma de fogo de uso permitido e por posse irregular de arma de fogo de uso restrito.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?