Justiça mantém prisão de mulher que fazia idosa de escrava no Rio

Rio de Janeiro – A Justiça do Rio determinou que Teresinha da Silva Moraes, de 82 anos, permanecesse em presa por ter mantido Maria das Graças Rodrigues, de 75 anos, em cárcere privado em uma casa na Praia da Brisa, em Pedra de Guaratiba, zona oeste da cidade.

Os policiais encontraram a idosa trancada em uma residência sem condições de higiene, magra, debilitada, vestindo trapos e em meio a fezes de animais, que conviviam com ela no quintal da casa.

Teresinha teria direito a prisão domiciliar pela idade e por ter declarado problemas de saúde.

Mas, na sentença, a juíza do caso disse que a presa “se mostrou lúcida e não demonstrou, em nenhum momento, preocupação com a vítima e que seria incoerente conceder prisão domiciliar a alguém que manteve outra pessoa em cárcere privado pela maior parte de sua vida”.

A vítima está com parentes em um apartamento na zona norte do Rio e passa bem.

A Polícia Civil do Rio abriu investigação para apurar quem recebia a aposentadoria de Maria das Graças. Alguns documentos foram apreendidos na ação que libertou a idosa do cárcere.

Libertação de Maria das Graças

Na quarta-feira (14/4), policiais chegaram ao local após denúncias de uma amiga da sobrinha da vítima.

Ao ser abordada, a idosa informou que não tinha a chave do imóvel e que era mantida no local por outra pessoa, que não a deixava sair e nem falar com ninguém.

Os agentes apuraram junto a familiares que a vítima deixou a casa dela no Maranhão em 1969, e somente agora foi encontrada por uma sobrinha.

A mulher que mantinha a idosa em cativeiro vai responder por cárcere privado, redução à condição análoga à escravidão e maus-tratos a animais, já que os cães que estavam sem alimentação e sem condições de higiene.