Justiça mantém prisão de delegado que se passou por mulher em golpe
Maurício Demétrio Afonso Alves montou operação fake contra policial da corregedoria que o investigava por corrupção
atualizado
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Rio de Janeiro – A juíza Monique Moreira manteve a prisão dos cinco policiais civis, entre eles o delegado Maurício Demétrio Afonso Alves, acusados de impor pagamento de propinas a lojistas em Petrópolis, Região Serrana do Rio, e montar operação fake contra outro delegado que investigava o esquema de corrupção do grupo.
Na audiência de custódia, realizada nesta quinta-feira (1º/7), a magistrada não aceitou os pedidos de liberdade ou prisão domiciliar feitos pelos acusados. Eles foram presos em operação do Ministério Público na quarta-feira (30/6) e são réus com outros cinco acusados na Justiça.
Ex-titular da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM), Maurício Demétrio, segundo as investigações, se passou por uma mulher para forjar a prisão em flagrante de um outro delegado que o investigava por corrupção.
Ao fingir ser funcionária de uma ONG, de nome Ana, o delegado fez uma encomenda de camisas na confecção do também delegado Marcelo Machado Portugal, com o objetivo de apreendê-las e incriminar o dono da loja.
A quadrilha acusada de exigir propina de comerciantes de Petrópolis lucrou cerca de R$ 1 milhão só na rua Teresa, segundo o Ministério Público. As investigações indicam que Demétrio é dono de três carros de luxo e alugou uma casa no condomínio Portobello, em Mangaratiba, por dois meses com pagamento de R$ 80 mil em dinheiro vivo.
De acordo com os investigadores, só na casa do delegado foram encontrados R$ 240 mil em espécie. O delegado, no entanto, afirmou que o dinheiro está declarado. Ele nega as acusações e diz que está “tranquilíssimo”.