Justiça manda soltar suposto mandante das mortes de Dom e Bruno
Conhecido como Colômbia, Ruben Dario da Silva Villar estava preso desde julho deste ano, suspeito de envolvimento no c rime
atualizado
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O juiz Fabiano Verli, da Justiça Federal do Amazonas, autorizou a soltura do cidadão colombiano Ruben Dario da Silva Villar, mais conhecido como “Colômbia”. Ele é um dos suspeitos no assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dominic Phillips. Colômbia estava preso desde julho deste ano.
Para deixar a prisão, Ruben Dario deverá pagar fiança de R$ 15 mil, usar tornozeleira eletrônica e entregar o passaporte à Polícia Federal. Ele também está proibido de viajar para fora do país, além de precisar ficar em prisão domiciliar por tempo integral em residência em Manaus e comparecer mensalmente à sede da Justiça federal para demonstrar estar à disposição.
Colômbia foi preso no dia 7 de julho no município de Tabatinga. De acordo com a PF, ele compareceu espontaneamente para prestar esclarecimentos a respeito de notícias que atribuíram o nome dele às mortes de Dom e Bruno, mas, na ocasião, apresentou documentos de identificação falsos.
Inicialmente, o homem apresentou um documento brasileiro emitido em dezembro de 2008 com o nome “Rubens Villar Coelho” e naturalidade de Benjamin Constant, no Amazonas. No entanto, durante o depoimento, ele se contradisse ao afirmar que tinha nascido na Colômbia, o que chamou a atenção dos policiais.
A defesa pediu a liberdade provisória dele sob o argumento que ele tem casa em Tabatinga, local da prisão, trabalho lícito e que não há justificativa para mantê-lo preso. O Ministério Público Federal, no entanto, se manifestou contra, alegando que o homem é perigoso, responde a uma acusação de associação criminosa, tem múltiplos documentos de identificação e pode fugir.
No entanto, ao analisar o pedido, o juiz Fabiano Verli sustentou que a “prisão deve ser a exceção” e que já existem documentos relativos a Colômbia por onde se começar uma busca em caso de fuga”. Verli também argumentou que o fato de ele ser alvo de investigação e ter nacionalidade estrangeira não pode ser apontado como motivo para possível fuga.
As vítimas
Dom e Bruno foram executados a tiros, em 5 de junho, na reserva indígena Vale do Javari.
Bruno era considerado um dos indigenistas mais experientes da Fundação Nacional do Índio (Funai). Ele atuou como coordenador regional da Funai de Atalaia do Norte por cinco anos. Em 2019, após combater mineração ilegal em terras indígenas, Bruno foi dispensado do cargo de chefia.
O indigenista estava licenciado da Funai e integrava o Observatório dos Direitos Humanos dos Povos Indígenas Isolados e de Recente (Opi). Bruno era alvo constante de ameaças, devido ao trabalho desempenhado junto aos indígenas contra invasores.