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Justiça manda demolir postos às margens do Araguaia e condena donos

Decisão acatou pedido do MPF, que denunciou donos de estabelecimentos por construção em situação irregular em São Miguel do Araguaia

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seca no rio araguaia
1 de 1 seca no rio araguaia - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

A Justiça Federal em Goiás mandou demolir dois postos de combustíveis localizados às margens do rio Araguaia, em São Miguel do Araguaia, a 476 km de Goiânia. A decisão acatou um pedido do Ministério Público Federal (MPF) e considerou que os estabelecimentos foram erguidos de forma irregular dentro de área de proteção ambiental (APA).

O juiz federal Bruno Teixeira de Castro determinou, ainda, a retirada do entulho resultante da demolição, que deverá ser depositado em local distante do rio Araguaia. Segundo a decisão, os donos dos postos deverão recuperar a APA, conforme Plano de Recuperação da Área Degradada (PRAD), e pagar o valor de R$ 20 mil por danos morais coletivos.

O magistrado proferiu a decisão na última semana, um ano e oito meses depois da liminar que já havia determinado, em janeiro de 2020, a suspensão das licenças dos postos. A liminar também havia ordenado que os donos se abstivessem de cortar, suprimir ou queimar qualquer tipo de vegetação no local.

Veja, abaixo, fotos do Rio Araguaia:

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Pescadores esportivos na beira do rio Araguaia
Biguatinga pousada em galho no Rio Araguaia
Alta temporada do Araguaia coincide com o período de estiagem, entre junho e setembro
O Rio Araguaia é um dos mais piscosos do mundo, ou seja, favorável para a pesca
Fauna do Araguaia é rica em espécies de aves
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Bomba de retirada de água em afluente do Rio Araguaia, em Goiás

Foto: reprodução/PCGO
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Pescadores esportivos na beira do rio Araguaia

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Biguatinga pousada em galho no Rio Araguaia

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Alta temporada do Araguaia coincide com o período de estiagem, entre junho e setembro

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O Rio Araguaia é um dos mais piscosos do mundo, ou seja, favorável para a pesca

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Fauna do Araguaia é rica em espécies de aves

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Tracajá expondo-se ao sol em um tronco de árvore no Araguaia

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Talha-mar ou corta-águas (Rynchops niger) no Rio Araguaia

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Rio vive processo de assoreamento, com fragilidade da vegetação nas margens e desmoronamento de barrancos

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Gaivotinha captura peixe no rio Araguaia

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Tuiuiu, ave símbolo do Rio Araguaia

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Formação de banco de areia, no Rio Araguaia

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Espaço antes ocupado por água, na região da Viúva, em Nova Crixás (GO), virou um estradão de terra fofa, sem sinal de água

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Canal do Araguaia secou totalmente, em Nova Crixás, em 2021, e desesperou ribeirinhos que disseram nunca terem visto algo parecido

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O aposentado Vanderlino Caetano Lopes, de 67 anos, escolheu o Araguaia para viver

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Vanderlino emociona-se ao falar sobre a situação do rio: "penso nos meus netos"

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O aposentado vive com a esposa em uma casa na região da Viúva, em Nova Crixás, e todos os dias dá uma volta de canoa pelo rio

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"É a revolta da natureza", diz ele, enquanto tirava areia do rio para facilitar saída de canoas

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Adriano Alves da Silva, de 44 anos, diz que nunca viu o Rio Araguaia sexo como ele está hoje

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Galhos de árvores que caíram no rio, com o desmoronamento de barrancos

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Nível do Rio Araguaia foi o mais baixo em muitos anos, em 2021

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Bancos de Areia surgem a partir de junho, com a redução do nível da água, e formam praias, onde turistas costumam instalar acampamentos

Divulgação: Agnaldo Felix/Governo de Goiás
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Fim de tarde no Rio Araguaia

Divulgação: Agnaldo Felix/Governo de Goiás

De acordo o MPF, os postos Gaivota e Paturi estão dentro da APA Meandros do Araguaia e têm licenças ambientais emitidas, de forma irregular, pelo Consórcio Público Intermunicipal Vale do Crixás de Gerenciamento Integrado de Serviços Públicos de Goiás (Convalc-GO).

As licenças, segundo o MPF, são irregulares e “não deveriam ter sido emitidas em virtude da ausência de manifestação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), autarquia federal vinculada ao Ministério do Meio Ambiente.”

O órgão federal informou ter identificado, além da ausência de manifestação do ICMBio, várias irregularidades que prejudicam a APA e comprometem “suas relevantes funções ambientais, tais como preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora”.

Na nova decisão, o juiz condenou os responsáveis pelos postos a demolir as edificações presentes na APA Meandros do Araguaia. Eles também terão de destruir “quaisquer outras intervenções encontradas na área, inclusive promovendo a retirada dos tanques de depósito de combustíveis que se encontrem instalados no subsolo”.

O Metrópoles não encontrou contato da defesa dos postos até o momento em que este texto foi publicado, mas o espaço segue aberto para manifestações.

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