Justiça determina transferência de ex-PM ligado a caso Marielle
Segundo Renato Darlan, que representa Orlando de Araújo, acusado sofreu tentativa de envenenamento e está em greve de fome há quatro dias
atualizado
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A Justiça do Rio de Janeiro acatou pedido do Ministério Público estadual e determinou a transferência do ex-PM Orlando Oliveira de Araújo de Bangu 1 para um presídio federal de segurança máxima. Apontado como miliciano, com atuação na zona oeste do Rio, e indicado por uma testemunha como um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSol-RJ), ele cumpre sentença por outro homicídio e porte ilegal de armas.
O advogado do ex-PM, Renato Darlan, também havia solicitado à Secretaria de Administração Penitenciária a transferência de seu cliente. Conforme informou o defensor, Araújo já sofreu uma tentativa de envenenamento e está em greve de fome há quatro dias.No documento divulgado nesta segunda (14/5), juiz da 5ª Vara Criminal do Rio de Janeiro autorizou que o detento permaneça provisoriamente em Bangu 1 até ser transferido. Ainda não foi revelado para qual unidade federal o acusado será encaminhado – a decisão ficará a cargo do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), ligado ao Ministério da Segurança Pública.
Darlan esteve na Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro, responsável por apurar o assassinato de Marielle e de seu motorista, Anderson Gomes. No local, o defensor tentou, sem sucesso, ter acesso ao depoimento da testemunha que teria apontado seu cliente e o vereador Marcello Siciliano (PHS) como mandantes do crime. Segundo o advogado, tampouco conseguiu falar com o delegado da unidade policial, Giniton Lages, que esteve em Bangu 1 na quinta (10) para conversar pessoalmente com Araújo.
“O Orlando está em greve de fome absoluta, está debilitado, nem sei como vou encontrá-lo”, explicou a defesa. “Consideramos que isso seja uma espécie de tortura emocional, de tentar fazer com que ele fale coisas sem saber”, pontuou.
De acordo com declaração de Darlan à imprensa, na última sexta-feira (11), a visita do delegado a seu cliente foi para pressionar o ex-policial a confessar participação no duplo homicídio, ocorrido em 14 de março. A Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro confirmou a ida do delegado a Bangu 1 e seu encontro com o ex-PM, mas disse que Lages atendeu pedido do próprio detento.
“Não haveria o menor sentido o Orlando chamar o delegado para conversar e fazer essa proposta louca de assumir um crime que não é dele”, garantiu Darlan.