Justiça determina que Funai não fale mal da trajetória de Dom e Bruno
A juíza Jaíza Maria Pinto Fraxe decidiu que a Funai deve retirar imediatamente a nota de esclarecimento com críticas aos desaparecidos
atualizado
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A Justiça Federal determinou que a Fundação Nacional do Índio (Funai) não faça comentários “tendentes a desacreditar a trajetória” do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista Bruno Araújo Pereira (foto em destaque), desaparecidos desde 5 de junho.
A juíza Jaíza Maria Pinto Fraxe, da 1ª Vara Federal Cível do Amazonas, decidiu que a Funai deve retirar imediatamente a nota de esclarecimento publicada em 10 de junho dos veículos oficiais de mídia da fundação.
No texto afirma que vai acionar o Ministério Público Federal (MPF) para investigar a responsabilidade da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) por permitir que pessoas de fora da região se aproximem de indígenas isolados sem a autorização do órgão e sem a realização de testes de Covid-19 e quarentena de 14 dias.
Ela entendeu que a nota contém “afirmações incompatíveis com a realidade dos fatos e com os direitos dos povos indígenas”. A decisão, da noite de terça-feira (14/6), atende a um pedido da Defensoria Pública da União (DPU).
Ela ressalta que é preciso preservar a “a dignidade dos desaparecidos” ou evitar comentários que “implique em injusta perseguição” a servidores da Funai lotados na Coordenação Regional no Vale do Javari ou à Univaja.
A juíza determinou também que a Funai providencie medidas de segurança pública a seus servidores e aos povos indígenas no Vale do Javari (AM).
Buscas
As buscas pelo jornalista e pelo indigenista completaram 11 dias nesta quarta-feira (15/6). Além da falta de desfecho sobre o que aconteceu com a dupla, o conflito de versões desencadeia uma série de reações e deixa familiares e amigos perplexos.
A Polícia Federal concentra os esforços em áreas próximas ao Rio Itaquaí, onde objetos pessoais dos desaparecidos foram encontrados. Um segundo suspeito foi preso.
De acordo com informações da Polícia Federal, as buscas continuam em diversas frentes nesta terça-feira e foram suspensas às 18h.
Investigações
A Polícia Civil do Amazonas atualizou as informações sobre a investigação do desaparecimento do jornalista inglês e do indigenista. Ao todo, nove depoimentos já foram colhidos.
Nesta terça, segundo a polícia civil amazonense, a esposa do pescador Amarildo da Costa de Oliveira, 41 anos, conhecido como Pelado, foi à delegacia. Ele está preso suspeito de envolvimento no sumiço.
A mulher, que não teve a identidade divulgada, esteve na seda da Polícia Civil de Atalaia do Norte acompanhada por um advogado e preferiu não responder aos questionamentos dos investigadores.
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