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Justiça determina que Funai não fale mal da trajetória de Dom e Bruno

A juíza Jaíza Maria Pinto Fraxe decidiu que a Funai deve retirar imediatamente a nota de esclarecimento com críticas aos desaparecidos

atualizado

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Funai/Divulgação
Indigenista Bruno Araújo Pereira
1 de 1 Indigenista Bruno Araújo Pereira - Foto: Funai/Divulgação

A Justiça Federal determinou que a Fundação Nacional do Índio (Funai) não faça comentários “tendentes a desacreditar a trajetória” do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista Bruno Araújo Pereira (foto em destaque), desaparecidos desde 5 de junho.

A juíza Jaíza Maria Pinto Fraxe, da 1ª Vara Federal Cível do Amazonas, decidiu que a Funai deve retirar imediatamente a nota de esclarecimento publicada em 10 de junho dos veículos oficiais de mídia da fundação.

No texto afirma que vai acionar o Ministério Público Federal (MPF) para investigar a responsabilidade da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) por permitir que pessoas de fora da região se aproximem de indígenas isolados sem a autorização do órgão e sem a realização de testes de Covid-19 e quarentena de 14 dias.

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Contudo, nesse percurso, os dois desapareceram. As equipes de vigilância indígena da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) fizeram as primeiras buscas, sem resultados
Segundo Pelado, a perseguição à lancha na qual Bruno e Dom estavam durou cerca de 5 minutos. Jeferson Lima, outro envolvido no crime, teria atirado contra Bruno, que revidou com tiros
Os suspeitos, então, teriam retirado os pertences pessoais das vítimas do barco em que estavam e o afundaram. Em seguida, queimaram os corpos de Dom e Bruno
O governo do Amazonas criou uma força-tarefa para auxiliar na busca dos desaparecidos e na investigação do caso
A região em que ocorreu o desaparecimento é de difícil acesso e faz fronteira com o Peru
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Arquivo pessoal
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Contudo, nesse percurso, os dois desapareceram. As equipes de vigilância indígena da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) fizeram as primeiras buscas, sem resultados

Divulgação
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Segundo Pelado, a perseguição à lancha na qual Bruno e Dom estavam durou cerca de 5 minutos. Jeferson Lima, outro envolvido no crime, teria atirado contra Bruno, que revidou com tiros

Divulgação/Funai
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Os suspeitos, então, teriam retirado os pertences pessoais das vítimas do barco em que estavam e o afundaram. Em seguida, queimaram os corpos de Dom e Bruno

Redes sociais/reprodução
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O governo do Amazonas criou uma força-tarefa para auxiliar na busca dos desaparecidos e na investigação do caso

Erlon Rodrigues/PC-AM
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A região em que ocorreu o desaparecimento é de difícil acesso e faz fronteira com o Peru

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Alvo da cobiça de garimpeiros, o Vale do Javari é usado como rota para tráfico de cocaína

Adam Mol/Funai/Reprodução
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Em 19 de junho, a polícia informou ter identificado outros cinco suspeitos que teriam atuado na ocultação dos cadáveres. Segundo a PF, “os executores agiram sozinhos, não havendo mandante nem organização criminosa por trás do delito”

Reprodução/Twitter/@andersongtorres
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Dom Phillips, 57 anos, era colaborador do jornal britânico The Guardian. Ele se mudou para o Brasil em 2007 e morava em Salvador, com a esposa

Twitter/Reprodução

Ela entendeu que a nota contém “afirmações incompatíveis com a realidade dos fatos e com os direitos dos povos indígenas”. A decisão, da noite de terça-feira (14/6), atende a um pedido da Defensoria Pública da União (DPU).

Ela ressalta que é preciso preservar a “a dignidade dos desaparecidos” ou evitar comentários que “implique em injusta perseguição” a servidores da Funai lotados na Coordenação Regional no Vale do Javari ou à Univaja.

A juíza determinou também que a Funai providencie medidas de segurança pública a seus servidores e aos povos indígenas no Vale do Javari (AM).

Buscas

As buscas pelo jornalista e pelo indigenista completaram 11 dias nesta quarta-feira (15/6). Além da falta de desfecho sobre o que aconteceu com a dupla, o conflito de versões desencadeia uma série de reações e deixa familiares e amigos perplexos.

A Polícia Federal concentra os esforços em áreas próximas ao Rio Itaquaí, onde objetos pessoais dos desaparecidos foram encontrados. Um segundo suspeito foi preso.

De acordo com informações da Polícia Federal, as buscas continuam em diversas frentes nesta terça-feira e foram suspensas às 18h.

Investigações

A Polícia Civil do Amazonas atualizou as informações sobre a investigação do desaparecimento do jornalista inglês e do indigenista. Ao todo, nove depoimentos já foram colhidos.

Nesta terça, segundo a polícia civil amazonense, a esposa do pescador Amarildo da Costa de Oliveira, 41 anos, conhecido como Pelado, foi à delegacia. Ele está preso suspeito de envolvimento no sumiço.

A mulher, que não teve a identidade divulgada, esteve na seda da Polícia Civil de Atalaia do Norte acompanhada por um advogado e preferiu não responder aos questionamentos dos investigadores.

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