Justiça de SP absolve PM que pisou no pescoço de mulher negra
Policial militar João Paulo Servato e o parceiro Ricardo de Morais Lopes, acusados na ação, foram absolvidos por três votos a dois
atualizado
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A Justiça Militar do Estado de São Paulo absolveu, na terça-feira (23/8), o militar que foi filmado pisando no pescoço de uma mulher negra durante uma ocorrência. O caso ocorreu em 2020, na zona sul de São Paulo.
O soldado João Paulo Servato e o parceiro Ricardo de Morais Lopes, acusados na ação, foram absolvidos por três votos a dois.
A sentença foi preferida após decisão de conselho formado por um juiz civil e quatro oficiais militares. O magistrado e dois oficiais votaram pela condenação dos acusados.
No entanto, os outros três militares votaram pela absolvição dos suspeitos. Os acusados foram denunciados pelo Ministério Público por lesão corporal, abuso de autoridade, falsidade ideológica e inobservância de regulamento.
Veja o momento:
Relembre o caso
A mulher negra agredida tinha 51 anos na época do crime e era dona de um bar que passava por uma fiscalização da PM. O estabelecimento estava aberto, descumprindo normas da época para evitar a propagação da Covid-19.
Em vídeo exibido pelo programa Fantástico, da TV Globo, o policial militar de São Paulo aparece pisando no pescoço da mulher, caída no chão e já rendida durante a operação. A cena ocorreu em Parelheiros, na zona sul de São Paulo.
Na época, o então governador João Doria (PSDB) criticou a ação dos militares e afastou os envolvidos.
Após a abordagem, ela precisou ser levada ao hospital, com ferimentos no rosto e fratura na perna. “Quanto mais eu me debatia, mais ele apertava a botina no meu pescoço”, disse, na entrevista ao programa de televisão.
Os policiais alegaram que foram atacados com uma barra de ferro e que estavam se defendendo. As imagens, porém, mostram que a mulher estava no chão no momento em que o policial coloca todo o peso de seu corpo sobre ela.
A mulher é viúva, tem cinco filhos e dois netos, e vive com a renda recebida em um pequeno bar próximo ao local onde foi agredida.