Justiça de Goiás nega habeas corpus a João de Deus
A defesa do líder espiritual pediu ao Judiciário para transformar a prisão preventiva em domiciliar com tornozeleira
atualizado
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Enviadas especiais a Goiânia (GO) – A Justiça de Goiás negou nesta terça-feira (18/12) habeas corpus (HV) ao médium João de Deus, acusado de abuso sexual. A defesa do líder espiritual pediu ao Judiciário para transformar a prisão preventiva em domiciliar com tornozeleira. O argumento utilizado se baseia na idade avançada e no estado de saúde dele, que tem 76 anos.
O HC foi negado liminarmente pelo desembargador Jairo Ferreira Júnior. “O julgamento final do habeas deverá se dar após o recesso. Discordamos da decisão e vamos recorrer ao STJ”, afirmou o advogado Alberto Zacharias Toron.
A decisão ocorre no momento em que a Polícia Civil de Goiás e o Ministério Público cumprem mandados de busca e apreensão na Casa Dom Inácio de Loyola, onde o médium teria abusado sexualmente de centenas de vítimas, em Abadiânia (GO), e em outros endereços ligados a João de Deus. No interrogatório prestado no domingo (16), ele disse que o local estaria de portas abertas para averiguação. A residência da família também é averiguada pelos agentes.
Cerca de 20 policiais cumprem o mandado no centro em que ele atendia. Eles fotografam todos os espaços do imóvel. Comandam as buscas os delegados Karla Fernandes Guimarães e Valdemir Pereira da Silva, o titular da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic).
Buscas
Um outro advogado de João de Deus, Ronivam Júnior, que atua na área cível, verifica os trabalhos dos investigadores a pedido do responsável pela defesa, o criminalista Alberto Toron. “Na oitiva do seu João, ficou combinado com os delegados que eu acompanharia as diligências. A polícia está pegando as informações que quer e tendo acesso a todas as dependências. Aqui não há nada a esconder”, afirmou.
Na hora em que os agentes chegaram, havia poucos fiéis. Algumas pessoas continuam orando, mesmo com a presença dos policiais. Luis Paranhos, de 53 anos, mudou-se de Brasília para Abadiânia há oito meses. Nesta tarde, foi rezar na Casa Dom Inácio, mas acabou testemunhando a operação. “A polícia está fazendo o trabalho dela. Parece que muitas mulheres denunciaram. A gente quer que verifiquem. Estamos apreensivos”, afirmou.