Justiça condena ex-governador por propinas em Mato Grosso
Além de Silval Barbosa, mais 14 pessoas foram acusadas de participação em esquema de repasse de propina apurado na Operação Sodoma
atualizado
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A Justiça de Mato Grosso (MT) condenou o ex-governador Silval Barbosa (MDB), o ex-deputado estadual José Riva (PSD) e mais 13 acusados das etapas II e III da Operação Sodoma – investigação sobre suposto esquema de cobrança de propinas de empresários em troca da concessão de isenções fiscais e contratos com o Estado.
A informação sobre a sentença imposta quarta-feira (9/5) pelo juiz Marcos Faleiros, da Vara Contra o Crime Organizado de Cuiabá, foi divulgada pelo site MidiaNews e confirmada pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Em dezembro, Silval Barbosa já havia sido condenado em outro processo a 13 anos e sete meses de prisão por supostamente ter recebido propina de R$ 2,5 milhões.Neste outro processo, o juiz Marcos Faleiros aplicou 14 anos e dois meses de reclusão para o político, que governou o Mato Grosso de 2010 a 2015, mas em “regime diferenciado”. Isso porque, o ex-governador fechou acordo de delação premiada. Assim, o emedebista vai ficar em regime domiciliar pelo período de três anos e seis meses, sendo monitorado por meio de tornozeleira eletrônica – descontando-se o tempo na qual esteve preso.
Devassa no estado
São 15 os condenados da Operação Sodoma. Além de Silval Barbosa, o ex-presidente da Assembleia do estado mato-grossense pegou 13 anos e quatro meses de prisão.
O Ministério Público de Mato Grosso sustentou na acusação que Silval era o “líder da organização” e “responsável por articular e coordenar as ações”. Segundo a promotoria, o grupo do ex-governador exigia propinas para concessão de incentivos fiscais e para favorecer empresas, via contratos com o Executivo local.
O MP diz, ainda, que a organização “atuou de forma perene durante toda a gestão de Silval Barbosa, provocando prejuízo a toda a população mato-grossense. Os respectivos cidadãos sofrem, até hoje, com as consequências das ações criminosas, frente ao sucateamento da máquina administrativa, ausência de investimento em infraestrutura, na saúde, segurança e educação pública”.