Justiça concede medida protetiva a vereadora de SP agredida por colega
Há um mês, Cris Monteiro e Janaína Lima, ambas do Novo, brigaram em meio à votação da reforma da Previdência. Fotos mostram ferimentos
atualizado
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A Justiça concedeu à vereadora de São Paulo Cris Monteiro (Novo), 60, uma medida protetiva que impede que a vereadora Janaína Lima, 37, do mesmo partido, aproxime-se a menos de 20 metros da parlamentar. No dia 10 de novembro, as duas brigaram durante a votação da reforma da Previdência dos servidores municipais na Câmara Municipal e Cris acusou a correligionária de agarrá-la pelo pescoço.
A parlamentar ficou com ferimentos na região, como mostram fotos divulgadas no dia seguinte à discussão, e disse que teve a peruca arrancada. A briga começou no plenário e continuou no banheiro. Na ocasião, Janaína alegou que agiu em legítima defesa e não tentou enforcar a colega de sigla.
O caso foi registrado na Polícia Civil. O advogado Daniel Leon Bialski, que defende Cris Monteiro, informou que qualquer forma de comunicação entre as duas está proibida. A decisão é da Vara do Juizado Especial Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP).
“Esclareça-se que essa decisão passa a valer a partir do momento em que a agressora for intimada-comunicada e vale até a apuração final do caso. Ademais, a vereadora Cris Monteiro aguarda, confiante, a investigação e o processamento de todos expedientes instaurados, seja perante a Corregedoria, no próprio partido e na Polícia-Justiça”, pontuou a defesa de Cris.
Devido ao episódio, Cris e Janaína estão com a filiação suspensa no Partido Novo. A legenda faz uma apuração interna sobre o que aconteceu.
O Metrópoles procurou a vereadora Janaína Lima, que se pronunciou através dos seus advogados. Segundo a Advocacia Mariz de Oliveira, a defesa não teve ainda acesso aos autos relacionados à medida mencionada.
Os advogados afirmaram que vão apresentar, em juízo nesta sexta-feira (10/12), um laudo sobre a dinâmica dos fatos que “irá repor a verdade ao apurado, sendo o principal contraponto à narrativa fantasiosa que sucumbirá às provas a serem colhidas”.
“A cautelar foi deferida sem que a Vereadora Janaina pudesse dar a sua versão sobre os fatos. Nenhuma de suas testemunhas foi sequer intimada. A decisão baseou-se única e exclusivamente em um relato falacioso e parcial da Vereadora Cristina”, disse a defesa.
Veja a nota na íntegra:
“A defesa da Vereadora Janaina Lima vem, pela presente, pronunciar-se sobre a medida cautelar deferida em favor da Vereadora Cristina Monteiro.
Destacamos que, até o presente momento, não nos foi dado acesso aos autos relacionados à medida mencionada.
A cautelar foi deferida sem que a Vereadora Janaina pudesse dar a sua versão sobre os fatos. Nenhuma de suas testemunhas foi sequer intimada. A decisão baseou-se única e exclusivamente em um relato falacioso e parcial da Vereadora Cristina.
Amanhã (10/12), apresentaremos em juízo um laudo sobre a dinâmica dos fatos que irá repor a verdade ao apurado, sendo o principal contraponto à narrativa fantasiosa que sucumbirá às provas a serem colhidas.
As imagens da Câmara dos Vereadores de São Paulo são claríssimas ao demonstrar que a intenção de agredir sempre partiu da Vereadora Cristina Monteiro. Ela encurralou a Vereadora Janaína Lima, lhe conduziu de forma abrupta até um pequeno banheiro, trancou o recinto e lhe agrediu.
Janaína Lima apenas agiu em legítima defesa para se desvencilhar de sua agressora, que lhe golpeou contra a parede mesmo ciente de que ela possui grave quadro de epilepsia, com histórico recente de convulsão nas dependências da Câmara.
Devemos, por fim, afirmar que a medida será salutar à Vereadora Janaína Lima, pois verá afastado o risco de ser agredida por sua colega de Casa. Ao final das investigações a verdade prevalecerá”.