Justiça autoriza que hacker da Vaza Jato seja solto com tornozeleira
Walter Delgatti Neto foi detido em junho deste ano por descumprir decisões judiciais. A soltura está condicionada ao uso de tornozeleira
atualizado
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A 10ª Vara Federal Brasília autorizou a soltura do hacker Walter Delgatti Neto, que invadiu contas no Telegram e vazou mensagens de procuradores da extinta força-tarefa da Operação Lava Jato em 2019 e acabou preso pela Polícia Federal (PF). Conhecido como “hacker da Vaza Jato”, Delgatti é suspeito de ter acessado a internet e também mudado de endereço – contrariando condições da Justiça para mantê-lo em liberdade provisória.
A soltura dele tem pré-requisitos de manutenção, como o uso de tornozeleira eletrônica e a apresentação de relatório mensal sobre onde está e o que faz na internet. Além de ter que avisar à polícia se for sair de São Paulo, onde fixará residência, por mais de 48 horas.
O advogado de Delgatti, Ariovaldo Moreira, ressaltou que, “com o restabelecimento da liberdade provisória e autorização para acesso à rede mundial de computadores, está dado cumprimento ao contido na Constituição, ou seja, o direito ao trabalho”, afirmou.
A prisão preventiva do hacker foi decretada pelo juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal de Brasília, em junho deste ano. Walter Delgatti foi detido em Campinas, no interior paulista. Os endereços que ele havia informado à Justiça, no entanto, eram em Araraquara e Ribeirão Preto, também no interior.
Prisão
Walter Delgatti Neto foi preso preventivamente na Operação Spoofing, da Polícia Federal, realizada em julho de 2019, que deteve seis hackers suspeitos de invadirem os celulares de autoridades, como membros do Ministério Público Federal (MPF) do Paraná e do senador Sergio Moro (União-PR), na época ministro da Justiça e Segurança Pública.
Principal alvo da operação, o hacker da Vaza Jato passou a ter direito a responder ao processo em liberdade em setembro de 2020, contanto que respeitasse algumas restrições – como deixar de acessar a internet.
Walter Delgatti é réu por interceptação telefônica ilegal e invasão de dispositivo informático.
Na última eleição, o hacker da Vaza Jato também viajou a Brasília, onde se encontrou com o presidente Jair Bolsonaro e com o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto.
Articuladora do encontro, a deputada Carla Zambelli (PL-SP) participou da reunião, realizada na sede do PL, em setembro de 2022. Em seguida, ele foi preso por informar endereços falsos.