Justiça autoriza Palocci a cumprir resto da pena em regime aberto
De acordo com as novas regras, ele deverá passar as noites de 2ª a sábado recolhido em casa, e aos domingos e feriados, o dia inteiro
atualizado
Compartilhar notícia
Ex-ministro da Fazenda de Luiz Inácio Lula da Silva e da Casa Civil de Dilma Rousseff, Antonio Palocci conseguiu a liberação da Justiça para cumprir pena em regime aberto. Ele cumpria regime semiaberto, em São Paulo, direito concedido após três acordos de delação premiada.
De acordo com as novas regras de recolhimento, ele agora deverá passar as noites de segunda a sábado recolhido em casa. Aos domingos e feriados, terá que permanecer integralmente no domicílio. Além disso, ele não poderá sair da cidade sem autorização judicial.
O benefício foi concedido pelo juiz da Vara de Execuções Penais, Danilo Pereira, em resposta ao pedido dos advogados de defesa, Tracy Reinaldet e Matteus Macedo.
De acordo com a defesa do ex-ministro, a decisão do juiz foi “acertada” e Palocci continuará colaborando com a Justiça. “A decisão do doutor Danilo Pereira Jr. foi acertada e reconheceu um direito de Antônio Palocci Filho, o qual continuará colaborando com a Justiça de modo amplo e irrestrito”, disse Reinaldet ao Metrópoles.
Palocci foi condenado em 2017 pelo até então juiz da Lava Jato, Sergio Moro. Atualmente, Moro chefia a pasta da Justiça e Segurança Pública do governo de Jair Bolsonaro (PSL). O ex-ministro recebeu 12 anos e dois meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Em uma das delações, Palocci afirmou que alguns dos principais bancos do país fizeram doações eleitorais que somam R$ 50 milhões a campanhas do PT em troca de favorecimentos nos governos dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
Palocci citou casos envolvendo Bradesco, Safra, BTG Pactual, Itaú Unibanco e Banco do Brasil. Segundo o ex-ministro, o objetivo das instituições era, entre outros, conseguir informações privilegiadas sobre mudanças na taxa Selic e buscar apoio do governo na defesa de interesses, tanto dos bancos como dos acionistas.
Quase todos os citados durante a delação, no entanto, negaram as supostas irregularidades apresentadas pelo ex-ministro. Procuradas, apenas as assessorias dos bancos Safra e BTG Pactual não responderam aos questionamentos.