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Justiça afasta investigados após morte de estudante por superdosagem

Vítima, de 21 anos, deu entrada na unidade de saúde e morreu após superdosagem de medicamentos. Caso aconteceu em Silvânia (GO)

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imagem colorida estudante morre superdosagem
1 de 1 imagem colorida estudante morre superdosagem - Foto: Reprodução/Redes sociais

Goiânia – A Justiça determinou o afastamento da secretária de Saúde do município de Silvânia (GO), Laydiane Gonçalves Ribeiro, e do médico Murilo Dell Eugênio, além da coordenadora de enfermagem do Hospital Municipal da cidade, Eliane Aparecida dos Santos, investigados pela morte da estudante Vitória Cristina Queiroz dos Santos, de 21 anos, por superdosagem de medicamentos.

A exoneração de Laydiane e de Murilo ocorreu na sexta-feira (1º/9). Em nota, a Prefeitura de Silvânia informou que colabora com as investigações, mas que não irá se pronunciar sobre o caso. De acordo com o Diário Oficial, a exoneração de Laydiane foi pedida por ela. O texto explica ainda que Eliane é funcionária concursada do hospital e, por isso, ela não foi exonerada do cargo, pois, para ela, cabe apenas a decisão de afastamento.

A decisão do afastamento, do desembargador Wild Afonso Agawa, é baseada no argumento do Ministério Público de que os suspeitos dificultaram a apuração da morte da estudante. Também foi autorizada a quebra de sigilo dos aparelhos celulares dos suspeitos.

“Quebra do sigilo telefônico, afastamento [por 30 dias] das funções e proibição de acesso às dependências do Hospital e Secretaria”, diz a decisão.

A defesa de Murilo Dell Eugênio afirmou em nota que a dosagem de medicamentos receitada por ele não seria capaz de matar Vitória, além de alegar que ela fazia ameaças de se matar e que o processo possui ilegalidades. As defesas de Laydiane e Eliane não se manifestaram até o momento.

Relembre o caso

O caso aconteceu em Silvânia, município a cerca de 85 km da capital goiana. A investigação da Polícia Civil de Goiás aponta que houve falsificação de documentos para omitir a dosagem dos medicamentos e até os procedimentos feitos na vítima.

Segundo a família da vítima, a jovem procurou o hospital com uma crise de ansiedade e, após ser medicada com remédios contraindicados para o caso, acabou morrendo dias depois.

De acordo com o delegado que apura o caso, Leonardo Sanches, vídeos mostram a secretária de Saúde do município revirando pastas com receitas de medicamentos um dia após a morte da estudante. Segundo o investigador, houve tentativa de suprimir documentos que pudessem auxiliar nas investigações, além de intimidações a testemunhas chamadas na unidade policial.

Conforme Sanches, a secretária tentou coagir servidores, o médico preencheu o prontuário falso sobre o que foi administrado na paciente e a coordenadora produziu documentos omitindo a quantidade, os procedimentos e remédios administrados pelas enfermeiras.

Segundo a defesa da família de Vitória, os medicamentos usados na estudante tinham finalidade de intubação, não de ansiedade. “Normalmente, utilizam para intubação 1 a 1.2 micrograma de um dos remédios, por peso. Ela teria de tomar 50 microgramas, mas foram aplicadas 4 ampolas de 10 miligramas, 2 mil microgramas”, disse o advogado Jales Gregório ao portal G1.

Vitória foi ao hospital se queixando de crise de ansiedade. Após a superdosagem, a jovem foi encaminhada a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e, posteriormente, ao Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia (Hmap), onde foi confirmada a morte cerebral, segundo o advogado. Jales explicou também que a causa preliminar indicada para a morte foi uma parada cardiorrespiratória.

 

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