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Juro tem que cair mais e meta de déficit zero será buscada, diz Haddad

Ministro Fernando Haddad defende que juro caia mais e afirma que a meta de déficit zero é “importante para o país”

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu nesta sexta-feira (22/12) que a taxa básica de juros (Selic) caia ainda mais. O Banco Central (BC) iniciou no segundo semestre de 2023 um ciclo de corte de juros, que vem sido elogiado pela equipe econômica do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“O juro está caindo e vai cair mais. E tem que cair mais”, salientou Haddad em café com jornalistas, na manhã desta sexta, na sede da pasta.

Copom baixa juros em 0,5 ponto percentual e Selic fecha 2023 em 11,75%

Haddad também ressaltou que a meta de déficit zero em 2024 segue sendo perseguida: “Vamos buscar essa meta, porque ela é importante para o país”, frisou. A meta consta no Orçamento do ano que vem preparado pela União e em análise pelo Congresso.

Em seguida, ele disse ter pedido ao presidente que as medidas necessárias sejam adotadas, ainda que sejam necessárias novas propostas para atingir o resultado fiscal almejado.

“O que eu pedi para ele (Lula) foi: vamos acompanhar o ano, vamos tomar as medidas necessárias, vamos adicionar novas medidas, se for o caso, mas é importante a Fazenda continuar perseguindo a meta de equilíbrio fiscal, que é o que faremos no ano que vem à luz dos acontecimentos”, disse ele.

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O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad durante café da manhã com repórteres e setoristas de economia

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad

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O ministro frisou que o consumo, a confiança dos investidores e as exportações estão aumentando e que, agora, o investimento privado precisa aumentar também.

“A redução está programada pelo próprio Banco Central. O Banco Central, em todos os comunicados recentes, tem dito: ‘Vamos manter o ciclo de cortes da Selic, porque isso foi repercutir sobre a formação bruta de capital, aumentando a oferta de produtos, o investimento, você pode se tranquilizar que, no médio prazo, você não vai ter pressões inflacionárias à vista’”, prosseguiu.

“Então, agora, o remédio para continuar combatendo a inflação é reduzir o juro, por incrível que isso possa parecer, mas é exatamente isso que nós estamos falando”, concluiu.

Relação com Campos Neto

Haddad ainda comentou a relação com o presidente do BC, Roberto Campos Neto. Ao longo do ano, o presidente da autoridade monetária foi criticado diversas vezes por Lula, que chegou a dizer que ele teria “compromisso com o outro governo (do ex-presidente Jair Bolsonaro), que o indicou”. Em função da lei de autonomia do Banco Central, de 2021, Campos Neto é o primeiro chefe da instituição não indicado pelo presidente da República de turno. Ele tem mandato até o final de 2024.

Na noite de quinta-feira (21/11), Campos Neto participou de um jantar de confraternização oferecido por Lula na Granja do Torto, residência de campo da Presidência da República.

“Eu defendi que o corte começasse um pouco antes, uns dois Copom´s (reuniões do Comitê de Política Monetária) antes. Nós temos que parar de entender isso como uma crítica à autonomia, como uma crítica ao presidente. Não tem nada a ver. O presidente do Banco Central estava ontem comendo churrasco com a gente”, disse Haddad.

Questionado como foi o jantar, Haddad disse que foi “ótimo” e que não é a primeira vez em que o colega é convidado por Lula. “Eu converso com o Roberto toda hora, três vezes por semana, por telefone, fui visitar o Banco Central essa semana, em uma visita de cortesia. Quando a gente discute um tema econômico nós não estamos fazendo críticas mútuas. Quando ele fala que o fiscal tem de melhorar, ele não está criticando a mim. Até porque ele é um voto ali (no Copom) entre nove. Ele faz o papel dele, eu faço o meu. E nós sabemos das limitações individuais, não tem salvador”.

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O ministro adicionou que as previsões da Fazenda e do mercado estão convergindo e ponderou que quem mais acertou foram seus auxiliares. “O investidor já enxergou isso”, afirmou.

Ao frisar que o Congresso aprovou todas as medidas endereçadas pela Fazenda neste ano (tributação de fundos exclusivos e offshores, bets, MP das Subvenções e outras), Haddad agradeceu o empenho dos presidentes das duas Casas e dos demais parlamentares.

Ele também ressaltou que os indicadores domésticos estão bons apesar do cenário internacional adverso: “Estamos conseguindo esses resultados com o mercado externo instável”.

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