Júri condena homem por matar mulher e filho e simular incêndio em GO
O homem foi condenado a mais de 60 anos de prisão. Ele simulou um incêndio acidental para esconder o crime, na cidade de São Domingos (GO)
atualizado
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Goiânia – Um homem foi condenado a mais de 60 anos de prisão por matar a esposa e o filho, além de simular um incêndio acidental para esconder o crime. A informação foi divulgada pelo Ministério Público de Goiás (MPGO), nessa sexta-feira (5/4). O caso aconteceu em 21 de maio de 2022, em São Domingos, no nordeste goiano.
Marcelo Alves da Silva, de 66 anos, responde por feminicídio e homicídio qualificado contra Eliete Carvalho de Jesus, de 30 anos, e o filho do casal que tinha apenas 2 anos. Ele também responde pelos crimes de destruição de cadáver, fraude processual e incêndio. A Justiça ainda considerou o motivo do crime como torpe, com emprego de recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
De acordo com o MPGO, as mortes teriam sido planejadas porque Marcelo suspeitava que Eliete o estava traindo e que o filho não seria dele, hipótese que foi descartada no decorrer das investigações e através de exames.
No julgamento, que foi realizado na quinta-feira (4/4), Isaque de Sousa Rodrigues também foi condenado. Ele teria sido contratado por Marcelo para ajudá-lo na morte das vítimas. Isaque responde por dois homicídios qualificados, além dos crimes de vilipêndio a cadáver, destruição de cadáver, fraude processual e incêndio. A pena dele foi de mais de 42 anos de prisão
Morte antes do incêndio
De acordo com o MPGO, na madrugada em que os crimes foram cometidos, Marcelo chegou primeiro na casa e liberou a entrada de Isaque. Marcelo matou a mulher asfixiada e sufocou o filho com um tecido. Ao confessar sua participação no caso, Isaque admitiu que perfurou o pescoço de Eliete com uma faca, a mando do marido, mas negou ter tocado na criança.
Na tentativa de esconder os crimes, conforme o MPGO, Marcelo jogou acetona nos corpos e ordenou a seu comparsa que ateasse fogo na casa.
Além disso, as investigações ainda apontaram que Eliete foi morta cerca de uma hora antes do marido deixar a casa para ir trabalhar na fazenda com o sogro a 25 quilômetros de São Domingos.
Na ida para o serviço, ele sentou no banco de trás do carro e não do que fica ao lado do motorista, como sempre fez, e ficou em silêncio o trajeto inteiro. Já na volta da fazenda, após ser informado sobre o incêndio, o suspeito ligou para diversas pessoas, menos para a esposa e, segundo o sogro, já dava como certa a morte dela e do filho.
Conforme a investigação da Polícia, os vizinhos perceberam que a casa estava em chamas e acionaram o Corpo de Bombeiros. Como no município não tem quartel, foi necessário a mobilização de viaturas de Campos Belos, localizado a cerca de 90 km da cidade, e de Posse, a 140 km. Os próprios vizinhos tentaram controlar as chamas.
Quando os corpos foram encontrados pela Polícia Científica, o de Eliete estava com uma lâmina, o que despertou a suspeita de homicídio. Além disso, no velório, testemunhas estranharam o fato de ele não ter chorado nem demonstrado tristeza pelas mortes.