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Juninho Pernambucano ajuda morador de rua agredido com tapa

O jogador, com consentimento da vítima, vai levá-la para se tratar em uma clínica para dependentes químicos

atualizado

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Juninho Pernambucano
1 de 1 Juninho Pernambucano - Foto: OL/ Divulgação

Um vídeo de um morador de rua sendo agredido por homens que supostamente queriam ajudá-lo tem causado revolta em todo o Brasil. Nas cenas, gravadas na quinta-feira (09/04), em Sinop, cidade a 503 km de Cuiabá, os agressores chegam a dar dinheiro para o andarilho, para depois darem um tapa na cara dele.

Pelo Twitter, o ex-jogador Juninho Pernambucano contou que, por meio do advogado Rogério Pereira, conseguiu localizar a vítima, chamada Anderson, e descobrir que ela é dependente química. “Antes de criticá-lo, saiba que na maioria das vezes, o caminho das drogas é o único que é capaz, para muitos, de trazer algum prazer em estar vivo”, escreveu.

Juninho segue afirmando que é contra qualquer política violenta de combate às drogas — “Já provado que não traz resultados esperados, comenta — e garante que, com ajuda de Pereira e com consentimento de Anderson, o morador de rua será tratado em uma clínica especializada em dependência química, onde ficará por, no mínimo, três meses. 

“A família do Anderson só falou coisas boas dele. E sabe que ele precisa de ajuda”, continuou. “Não adianta darmos a ele, as doações que muitos de nós, queríamos fazer, pois claro, ele não suportaria a tentação do uso. Se ele precisar ficar 1 ano, ficará, mas queremos ele recuperado e de volta a sociedade como exemplo pra outros”, escreveu o ex-atleta.

Ele também afirmou que, antes de tudo, Anderson precisará de dignidade humana. “Assim, o ajudaremos a trabalhar, se alimentar e seguir seu caminho. Vai dar certo ? Não sabemos. Mas é o único provável caminho que poderá recuperá-lo e reintegrá-lo a sociedade. Quanto a agressão sofrida, será muito, mas muito mais difícil, esquecê-la, que se liberar do vício”, escreveu.

O advogado, inclusive, também ficará responsável pelo processo envolvendo a agressão. “Agradecendo a todos a intenção de ajuda, seja ela por sentimento ou doações”, finalizou Juninho. A Polícia Civil de Mato Grosso investiga o crime.

Leia o texto completo: 

Pra quem se sensibilizou com o vídeo, do rapaz que leva um tapa no rosto por pedir dinheiro, é o seguinte. Falei com Rogério Pereira, que é professor de processo penal e advogado, que foi até a casa dele. Ele se chama Anderson.

Anderson é dependente químico, antes de criticá-lo, saiba que na maioria das vezes, o caminho das drogas, é o único que é capaz, para muitos, de trazer algum prazer em estar vivo. Não incentivo ninguém a usar, mas não me acho no direito de dizer, o que cada um deve fazer com seu corpo, pois a única coisa intocável que você tem, é sua vida, sua liberdade, mesmo que seja pra fazer mal a você mesmo. Sou contra a política violenta de combate às drogas, já provado que não traz resultados esperados.

Tenho mais opinião sobre esse assunto, mas não vou me alongar. E repito, não incentivo ninguém a usar. Tenho três filhas e uma neta e conversamos sobre tudo sem tabu. Não escondemos nossos sonhos e desejos humanos, como todos tem pois assim é mais fácil, entender que não poderemos , realizar todos eles.

Dito isso, com o Rogério Pereira, estamos enviando hoje, o Anderson, com seu consentimento, para uma clínica especializada em dependência química, onde ele ficará no mínimo três meses. A família do Anderson só falou coisas boas dele. E sabe que ele precisa de ajuda.

Não adianta darmos a ele, as doações que muitos de nós, queríamos fazer, pois claro, ele não suportaria a tentação do uso. Se ele precisar ficar 1 ano, ficará, mas queremos ele recuperado e de volta a sociedade como exemplo pra outros. Depois da cura, caso seja alcançada, o Anderson precisará antes de tudo (enchem a boca pra falar, tem que dar educação, não dê nada de dinheiro, ele só vai pedir depois etc..) isso é discurso elitista e egoísta, algo que vem antes da educação. Que é DIGNIDADE HUMANA.

Ninguém será educado sem um mínimo de dignidade. Assim, o ajudaremos a trabalhar, se alimentar e seguir seu caminho. Vai dar certo ? Não sabemos. Mas é o único provável caminho que poderá recupera-lo e reintegra-lo a sociedade. Quanto a agressão sofrida, será muito, mas muito mais difícil esquecê-la que se liberar do vício depois da tortura (imensurável, inexplicável). A humilhação é a pior agressão feita ao ser humano, ela agride muito mais que o tapa em si. Sobre isso, o Rogério Pereira se responsabilizará do processo. Agradecendo a todos a intenção de ajuda, seja ela por sentimento ou doações.

 

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