Jungmann diz que parceria Boeing-Embraer não prejudicará a sueca Saab
Segundo o ministro, o Brasil adotará salvaguardas para proteger a área de defesa, especialmente em relação a tecnologia dos caças Saab
atualizado
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Se o negócio entre a Embraer e a Boeing avançar, o Brasil adotará salvaguardas para proteger a área de defesa, especialmente a transferência de tecnologia sueca dos caças Gripen para a fabricante brasileira. O compromisso do ministro da Defesa, Raul Jungmann, foi comunicado ao presidente mundial da Saab, Håkan Buskhe – empresa que fabricará as aeronaves em parceria com a Embraer.
“Se isso vier a acontecer a parceria Embraer-Boeing, evidentemente que temos de construir salvaguardas que passarão pelo crivo da Saab”, disse o ministro ao lado do presidente da empresa sueca. “Não é aceitável que uma tecnologia desenvolvida por uma parceira da Embraer passe para outra e vice-versa”, completou.
A Saab tem demonstrado preocupação com o eventual negócio entre as duas empresas das Américas, já que a brasileira terá acesso à tecnologia dos caças Saab – empresa disputa o mercado de defesa com os norte-americanos. Se o negócio for realmente concretizado, a tecnologia Saab acabaria ficando com a concorrente Boeing.Diante do tema, o ministro disse que há “preocupação e compromisso contratual de manter o controle e o sigilo na transferência de tecnologia desenvolvida pela Saab ou conjuntamente”. Na reunião solicitada pelos suecos, o ministro da Defesa disse ao presidente da Saab e ao embaixador da Suécia no Brasil, Per-Arne Hjelmborn, que não está em negociação a transferência do controle acionário da Embraer para a Boeing.
Também está descartada a cisão da empresa brasileira em duas – Embraer Defesa e Embraer Comercial – e venda da unidade responsável pela fabricação dos aviões comerciais.