Jungmann compara crime organizado à hiperinflação
De acordo com ministro, país vive momento “irrespirável”
atualizado
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O ministro extraordinário da Segurança Pública, Raul Jungmann, comparou nesta terça-feira (6/3) a questão da violência e do crime organizado no Brasil de hoje à hiperinflação vivida pelo país em décadas passadas. De acordo com Jungmann, o Brasil vive um momento “irrespirável”, mas que, ao mesmo tempo, dá condições para a solução do problema.
“Naquele instante, a inflação se tornou um obstáculo na frente da sociedade. Ou resolvia ou não tinha moeda, não tinha salário, não tinha praticamente como levar uma vida. Assim é a questão da violência e da Segurança Pública hoje. Irrespirável”, disse o ministro durante a abertura da 13ª Conferência Internacional de Segurança, em São Paulo. “Quando a sociedade se dá conta disso, medidas que antes não eram possíveis agora se tornam”, pontuou ainda.
Em conversa com jornalistas, Jungmann disse que o principal desafio da pasta da Segurança Pública é de universalizar o direito à segurança para os brasileiros. “Conseguimos universalizar, com dificuldade, a questão da saúde, conseguimos universalizar a educação básica e ampliar muitíssimo a assistência social. Porém, o direito à segurança pública não é universal, sem sombra de dúvida, e é muito desigual”, avaliou.Pouco antes, ao discursar na abertura do evento, o ministro reclamou que a segurança pública não tem um piso constitucional como têm a Educação e a Saúde.
Conforme informou Jungmann, o plano de segurança está em construção e deve sair nas próximas semanas, após reuniões com prefeitos de capitais e secretários de segurança dos estados. Nesta terça-feira (6), ele participou, no mesmo evento, de reunião com os chefes das Polícias Militares dos estados.
Em relação à questão no Rio, Jungmann disse apenas que a intervenção vai “reestruturar e fortalecer” a segurança no estado, lembrando que esse plano está sendo comandado pelo general Braga Neto. “Já estamos tendo e vamos ter resultados cada vez melhores nos próximos meses”, disse o titular do Ministério da Segurança Pública.