Jundiaí tem 94% das crianças do Ensino Fundamental I alfabetizadas
O percentual de crianças que concluíram o ano alfabetizadas quase dobrou, saltando de 1,24% para 2,43%
atualizado
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O município de Jundiaí (SP) concluiu o ano letivo de 2023 com 94% das crianças do Ensino Fundamental I (do 1º ao 5º) alfabetizadas, ou seja, capazes de ler e escrever. A tendência é que o índice seja ainda maior em 2024.
De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) relativos ao Censo 2022, Jundiaí tem 97,98% da população com 15 anos ou mais alfabetizada.
Os números validam o trabalho desenvolvido nas Escolas Municipais de Educação Básica (Emebs) da cidade ao longo dos anos, aliando aulas em contato com a natureza e tecnologia.
“Chego ao último ano de mandato com a certeza de que o trabalho desenvolvido ao longo de oito anos mudou o rumo das gerações, impactando positivamente a sociedade e mudando o ciclo de prosperidade de famílias”, disse o prefeito de Jundiaí, Luiz Fernando Machado.
O percentual de crianças do G5 que concluíram o ano alfabetizadas quase dobrou, saltando de 1,24% em 2018 para 2,43% em 2023, segundo dados divulgados no início de 2024.
As avaliações diagnósticas dessas crianças após um mês de trabalho no 1º ano também trazem bons resultados. No ano passado, em fevereiro de 2023, 10% das crianças já se tornavam alfabetizadas após um mês de Ensino Fundamental. Esse percentual foi ampliado em 50%, em fevereiro deste ano, quando o índice chegou a 15%.
“Por meio do monitoramento de dados, podemos tomar, em rede, as decisões baseadas nos números. Isso se reflete na escolha de propostas pedagógicas que melhor atendem às necessidades, e na formação assertiva dos profissionais. Isso tudo somado ao estímulo ao letramento desde os anos iniciais tem trazido resultados que saltam aos olhos”, disse a gestora de Educação, Vastí Ferrari Marques.
No comparativo do Censo 2020, a taxa de alfabetização – pessoas com 15 anos ou mais – no Brasil chegou a 93%. O índice vem melhorando ao longo das décadas, mas não é uniforme. Jundiaí conta com 97% de alfabetização, indicador do grupo de destaque. Porém, há cidades em que o percentual não supera 40% das pessoas sabendo ler e escrever.
Desde cedo
Antes mesmo do período de alfabetização, o contato das crianças na rede municipal com contextos e linguagens de leitura e escrita é uma realidade desde a Educação Infantil.
Nas unidades escolares deste segmento, o contato com elementos da natureza e oferta de repertorização – práticas da metodologia do “Desemparedamento da Escola” e do “Currículo Jundiaiense” – são propostas que favorecem o contato com o letramento.
Na Emeb Professora Cleo Nogueira Barbosa, no jardim Novo Horizonte, por exemplo, a turma de G4 da professora Elis Regina Lima desenvolveu atividade com sementes de jatobá.
“As sementes estavam aqui, disponíveis na sala, e foram eles que sugeriram inserir os palitos para que se parecessem com picolés. Mas perceberam que era necessário colar com argila e que os sorvetes ficavam todos iguais. Então, quiseram fazer etiquetas com os nomes, pois assim também poderiam ‘vender’ entre si e os demais colegas da escola. Para isso, em assembleia, levantamos os nomes dos sabores e eles chegaram a 34 gostos diferentes. Nisso entra a importância da escuta, pois não foi uma vivência proposta, mas algo que, enquanto educadora, notei que se tratava do fruto da sensibilidade e da pesquisa que elas fazem”, contou a educadora.
Já no Ensino Fundamental, entre as inúmeras aprendizagens da turma do 1º C da professora Eliza de Aquino, a alfabetização é uma das conquistas mais celebradas entre os estudantes. Curiosas com o mundo de possiblidades resultado da leitura e da escrita, as crianças da Emeb Professora Armanda Santina Polenti não escondem a empolgação.
“A rotina começa com a leitura diária do alfabeto e de palavras para associação a cada uma das letras. Em seguida, escrevemos os nomes dos ajudantes do dia e montamos o cabeçalho do caderno. Sempre atentas à fonologia, as crianças já sabem que, antes de escrever, precisam identificar de quantas partes cada palavra é composta, as sílabas, para identificar a escrita a partir do som das letras”, comentou a educadora Eliza.
Na aula sobre palavras com a letra L, a Laura Voigtlander, de 6 anos, saiu com vantagem. “Elas começam com a letra do meu nome, então eu conheço bem”, brincou a estudante, que nesse dia era também a ajudante da sala. E as aprendizagens de alfabetização da turma não param na construção de palavras e já avançam na elaboração de frases.
Na mesma lição, o aluno Vitor Negri construiu na lousa uma frase em que aparecesse a palavra “lua”. “A lua é feita de queijo, já que os dois têm furinhos”, brincou a criança.