metropoles.com

Juíza diz em sentença que réu é parte de grupo criminoso “em razão da raça”

A advogada de Natan Vieira da Paz, Thayse Pozzobon, denunciou o caso e vai pedir a nulidade da decisão

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
reprodução
Na sentença, a magistrada afirmou que o réu era "seguramente integrante do grupo criminoso, em razão da sua raça"
1 de 1 Na sentença, a magistrada afirmou que o réu era "seguramente integrante do grupo criminoso, em razão da sua raça" - Foto: reprodução

A juíza Inês Marchalek Zarpelon, da 1ª Vara Criminal da Comarca da Região Metropolitana de Curitiba (PR), foi acusada de racismo pela defesa de um homem condenado por furtos. Na sentença, a magistrada afirmou que o réu era “seguramente integrante do grupo criminoso, em razão da sua raça”.

Na decisão, Natan Vieira da Paz, de 48 anos, um homem negro, foi condenado a 14 anos e 2 meses de prisão por furto.

“Sobre sua conduta social nada se sabe. Seguramente integrante do grupo criminoso, em razão da sua raça, agia de forma extremamente discreta os delitos e o seu comportamento, juntamente com os demais, causavam o desassossego e a desesperança da população, pelo que deve ser valorada negativamente”, disse a juíza na sentença.

O caso veio à tona após a advogada de Natan, Thayse Pozzobon, denunciar a juíza nas redes sociais. “Associar a questão racial à participação em organização criminosa revela não apenas o olhar parcial de quem, pela escolha da carreira, tem por dever a imparcialidade, mas também o racismo ainda latente na sociedade brasileira”, denunciou.

“Um julgamento que parte dessa ótica está maculado. Fere não apenas meu cliente, como toda a sociedade brasileira.
O Poder Judiciário tem o dever de não somente aplicar a lei, mas também, através de seus julgados, reduzir as desigualdades sociais e raciais. Ou seja, atenuar as injustiças, mas jamais produzi-las como fez a magistrada ao associar a cor da pele ao tipo penal”, continuou. Thayse afirmou que pretende pedir a nulidade da sentença.

Além de Natan, outras oito pessoas foram sentenciadas por praticar furtos e golpes conhecidos como “saidinha de banco” em Curitiba.

Veja trecho do processo:

Fls. 109_110 by Tácio Lorran on Scribd

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?