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Juíza decreta prisão preventiva do ex-governador do Amazonas

José Melo vai ficar recolhido por tempo indeterminado sob suspeita de ligação com desvio de recursos da saúde e propina de R$ 20 milhões

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Valdo Leão/Secom AM
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1 de 1 jose-melo-valdo-leão-secom-am - Foto: Valdo Leão/Secom AM

O ex-governador do Amazonas José Melo (PROS) vai ficar preso por tempo indeterminado. A decisão é da juíza federal Jaiza Maria Pinto Fraxe, de Manaus, que atendeu pedido da Procuradoria da República e também decretou a prisão da ex-primeira-dama Edilene Gomes de Oliveira. O ex-governador estava preso em regime temporário desde antes do Natal. Ele é o principal alvo da Operação Maus Caminhos, que investiga supostos desvios de recursos públicos da área da saúde. Os investigadores suspeitam que Melo, cassado por compra de votos nas eleições de 2014, recebeu propina de R$ 20 milhões.

Os investigadores atribuem ao ex-governador crimes contra a administração pública, lavagem de dinheiro e associação ou organização criminosa, bem como fatos reveladores de ocultação e destruição de elementos de provas.

No pedido de prisão preventiva, a Procuradoria destaca elementos claros de interferência indevida na investigação criminal, na intimidação de testemunhas, na ocultação de bens e na potencial continuidade da prática do crime permanente de lavagem de dinheiro por parte dos investigados.

“No caso concreto, o perigo da liberdade de José Melo de Oliveira e Edilene Gomes de Oliveira está lastreado em três fundamentos que ora denomino de requisitos fáticos devidamente preenchidos: conveniência da instrução criminal, assegurar a aplicação da lei penal e garantir a ordem pública, uma vez que já está confirmada nos autos a prova da existência do crime, bem como os fortes indícios de autoria”, assinalou a juíza federal Jaiza Fraxe.

De acordo com a magistrada, a investigação aponta que Melo detinha a posse de boxes na cidade de Manaus, onde eram guardados objetos e documentos suspeitos que foram retirados imediatamente após visita da Polícia Federal à residência do casal.

A juíza assinala que Melo e Edilene, por meio de parentes, arrombaram boxes e estão escondendo documentos e produtos de crimes, conforme comprovam as fotografias e relatórios anexados pelo Ministério Público Federal.

Outro lado
A reportagem está tentando contato com o criminalista José Carlos Cavalcanti Junior, que integra o núcleo de defesa do ex-governador José Melo.

Na última terça-feira (2/1), Cavalcanti Junior declarou ao jornal O Estado de S. Paulo que ainda não existe nem denúncia formal do Ministério Público Federal contra o ex-governador. Segundo ele, relatórios da investigação têm base apenas em fofocas de blogs locais.

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