Juíza cita “frieza” de mãe de Henry em pedido de prisão para o casal
“Segue tomando atitudes atípicas de quem omite ou falta com a verdade, ainda que devesse ser a principal interessada na verdade”, escreveu
atualizado
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Rio de Janeiro – A decisão da titular do 2º Tribunal do Júri, a juíza Elizabeth Louro, que determinou a prisão temporária para o médico e vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (ex Solidariedade), e para Monique Medeiros da Costa e Silva, cita a frieza da mãe de Henry Borel Medeiros.
Elizabeth Louro afirma que Monique “segue tomando atitudes atípicas de quem omite ou falta com a verdade, colaborando e aderindo à conduta de seu parceiro de influenciar testemunhas, inobstante devesse ser a principal interessada em chegar à verdade dos fatos”.
No despacho, a magistrada detalha algumas contradições encontradas nos depoimentos dos investigados, bem como nos das testemunhas a eles ligadas, como a babá Thayná de Oliveira Ferreira.
“Iniciada a tomada de depoimentos, em investigação que vem crescendo em complexidade, e vindo aos autos o laudo pericial em um dos objetos apreendidos em poder da investigada (Monique), em cumprimento a mandado deste juízo, qual seja, material de natureza computacional, evidenciaram-se várias contradições entre o teor dos extratos de diálogo pelo WhatsApp entre a investigada Monique e a babá da vítima, Thayná, e o conteúdo de seus depoimentos já então prestados. E não só”, descreve em outro trecho do documento do qual o Metrópoles teve acesso.
Elizabeth Louro prossegue, ainda, apontando as contradições do casal no processo:
“No entanto, ambos os investigados, ouvidos ainda como testemunhas, negaram terem jamais notado qualquer anormalidade na vítima; assim também se comportaram outras testemunhas, todas ligadas aos dois investigados, inclusive a avó materna da vítima, e prestando depoimentos em franco descompasso com os extratos de conversa já mencionados, bem como com outros elementos indiciários colhidos no inquérito”.
Além da prisão de Monique e Jairinho, a juíza determinou ainda a apreensão do celular da babá, assim como a quebra de sigilo e a extração de dados do aparelho. Elizabeth Louro entendeu que há sérios riscos para a coleta de indícios e provas, uma vez que os investigados têm influência sobre testemunhas relevantes para o esclarecimento do caso.
Entenda o caso
O menino Henry Borel Medeiros morreu no dia 8 de março ao dar entrada em um hospital da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Segundo Leniel Borel, ele e o filho passaram o fim de semana anterior normal. Por volta das 19h do dia 7, o pai o levou de volta para casa, onde morava com a mãe, Monique Medeiros da Costa e Silva de Almeida, e com o vereador e médico Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (Solidariedade).
Ainda segundo o pai de Henry, por volta das 4h30 do dia 8, ele recebeu uma ligação de Monique falando que estava levando o filho para o hospital, porque o menino apresentava dificuldades para respirar.
Leniel afirma que viu os médicos tentando reanimar o pequeno Henry, sem sucesso. O menino morreu às 5h42, segundo registro policial feito pelo pai da criança.
De acordo com o laudo de exame de necropsia, a causa da morte do menino foi hemorragia interna e laceração hepática, provocada por ação contundente. Para especialistas, ação contundente seria agressão.