Juiz vê indícios contra Lira e envia caso dos kits de robótica ao STF
Polícia Federal investiga compra de kit de robótica em 43 municípios alagoanos, reduto político de Arthur Lira
atualizado
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O juiz federal substituto Roney Raimundo Leao Otilio, da 2ª Vara Federal da Justiça Federal de Alagoas, enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta-feira (5/7), inquérito que investiga supostos crimes de fraude em licitação e lavagem de dinheiro na compra de kits de robótica para municípios alagoanos.
O juiz informou à Suprema Corte que a Polícia Federal (PF) apontou possível envolvimento do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), na compra dos equipamentos de robótica. Por ser deputado federal, Lira tem foro privilegiado e por isso a investigação foi encaminhada ao STF, responsável pelo julgamento de parlamentares.
Os equipamentos foram comprados pelo Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação (FNDE) para atender a 43 municípios alagoanos. Segundo as investigações, a empresa fornecedora dos kits chegou a cobrar de uma prefeitura R$ 14 mil por produto após comprá-lo por R$ 2,7mil em São Paulo.
Lira indicou R$ 32,9 mi do orçamento secreto para kits de robótica
“Três documentos envolvendo os nomes das pessoas de Luciano Ferreira Cavalcante e Arthur César Pereira de Lira, tratando-se de: um recibo de lavagens de veículo; um termo de autorização de entrega de veículo; um formulário de autorização de viagem outorgado por Arthur César Pereira de Lira em favor de Luciano Ferreira Cavalcante, a respeito de adolescente filho do primeiro”, destacou o juiz em sua decisão.
Luciano Cavalcante era assessor de Arthur Lira na Câmara e foi alvo de busca e apreensão da Polícia Federal no começo de junho.
A assessoria do presidente da Câmara dos Deputados informou ao Metrópoles que não irá comentar o caso.
A Operação Hefesto investiga supostos crimes ocorridos entre 2019 e 2022 na compra dos kits de robótica. Segundo a PF, foram desviados com o esquema criminoso R$ 8,1 milhões.