“Resta lamentar”, diz juiz ao soltar empresário que atropelou família
“As pessoas devem ser responsabilizadas por tais condutas”, disse juiz em audiência de custódia em TO. Mulher morreu no acidente
atualizado
Compartilhar notícia
Ao conceder liberdade provisória durante audiência de custódia de um empresário suspeito de atropelar três integrantes da mesma família, deixando um morto, o juiz plantonista lamentou os acidentes envolvendo motoristas embriagados em Palmas, Tocantins.
“O que resta é lamentar todo o episódio, as pessoas devem ser responsabilizadas por tais condutas e devem ser incitadas e levadas a compreender que álcool e direção não podem coexistir”, disse o juiz Allan Martins Ferreira.
Veja a declaração do juiz:
A audiência de custódia do empresário Gilson Antônio do Couto ocorreu na tarde de domingo (15/10). O suspeito chegou a ser levado para a Unidade Prisional de Palmas, mas foi solto ainda no domingo. A informação é do g1.
Gilson tentou fugir após a batida, de acordo com os agentes da Agência Municipal de Trânsito. Porém, ele foi alcançado e preso em flagrante. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou o empresário estava visivilmente embriagado, mas ele não realizou o teste do bafômetro para confirmar a tese da polícia.
“As pessoas insistem em continuar a fazer uso de álcool e a conduzir veículos automotores e todos os dias invariavelmente, aliás, daqui a pouco, [haverá] mais uma audiência de custódia destinada a ouvir uma pessoa já reincidente na prática da condução de veículo automotor, sob efeito de álcool, o que é lastimável e muito preocupante porque vidas podem ser ceifadas, como foi o caso da presente audiência”, afirmou o Ferreira.
Determinação são “nada mais do que sua obrigação”, diz juiz
Gilson, que agora responde em liberdade, precisou pagar fiança no valor de 20 salários mínimos, equivalente a R$ 26 mil. O Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins (TJTO) também estabeleceu que o empresário deve permanecer em casa das 23h às 5h, não pode sair de Palmas e Paraíso sem autorização judicial, além de prestar assistência às vítimas.
“Fica advertido o custodiado que deverá prestar toda a assistência material necessária às vítimas e aos seus familiares […] Por isso, não vou arbitrar uma fiança maior para não lhe fazer falta na prestação do atendimento necessário agora, velório, funeral, e toda assistência medicamentosa a essas vítimas que estão em estado grave. O senhor não está fazendo nada mais do que sua obrigação”, finalizou o juiz.
Entenda o acidente
O acidente ocorreu na tarde do último sábado (14/10) na Avenida Teotônio Segurado, na capital tocantinense. O empresário bateu na motocicleta onde estavam Maiara Pereira do Santos, o marido dela, Maicon, e a filha, uma bebê.
Maicon tem apenas um braço e pilotava o veículo, que tinha algumas adaptações. No entanto, ainda conforme a Polícia Militar, o homem não tinha carteira de habilitação.