Juiz da Lava Jato pede maior segurança contra “poder político” de Moro
Pedido acontece após o juiz da Lava Jato, Eduardo Appio encaminhar ao STF denúncia de tentativa de extorsão envolvendo Moro e Dallagnol
atualizado
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O juiz Eduardo Appio, da 13ª Vara Federal de Curitiba, que abriga a operação Lava Jato, solicitou, nessa quarta-feira (29/3), ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), um reforço na sua segurança pessoal contra o que chama de ameaças e pressões por parte do senador Sergio Moro (União Brasil-PR) e do deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR).
O pedido acontece após o magistrado da Lava Jato encaminhar ao Supremo Tribunal Federal (STF) denúncia do advogado Rodrigo Tacla Duran contra o ex-juiz Moro e o ex-procurador Dallagnol, aos quais atribui tentativa de extorsão.
Na audiência realizada na última segunda-feira (27/3), Tacla Duran, que atuou como advogado da empreiteira Odebrecht, acusou Moro e Dallagnol de estarem envolvidos em um caso de extorsão contra ele durante as investigações.
Appio declarou que é alvo de ameaças e pressões após a denúncia apresentada pelo ex-advogado da Odebrecht. Para o atual juiz da Lava Jato, as coações são “consequência direta do poderio econômico, social (redes sociais) e político exercido” pelo senador Sergio Moro e pelo deputado federal Deltan Dallagnol.
Segundo o g1, no documento, Eduardo Appio também apresentou pressões sofridas por conta de um júri a ser realizado por ele que possui réu apontado como membro de uma facção. No pedido, o juiz solicita o uso de um carro blindado pelo prazo de 60 dias.
Troca de acusações
A defesa do senador Sergio Moro protocolou, nessa terça-feira (28/3), um pedido em que solicita o afastamento das decisões em processos da Lava Jato determinadas por Eduardo Appio.
Nas redes sociais, o deputado federal Deltan Dallagnol acusou o juiz Appio de “lulista e midiático” e afirmou que as denúncias apresentadas pelo advogado Rodrigo Tacla Duran são falsas.
Tacla Duran, p. ex., mentiu para Interpol que não haveria prisão contra ele e forjou trocas de mensagens via e-mail para evitar que autoridades bloqueassem seu dinheiro em Singapura. A história da carochinha de hoje é requentada: MPF e PGR já investigaram e arquivaram 2 vezes. +
— Deltan Dallagnol (@deltanmd) March 28, 2023