Jovem tatua carta de avó após idosa ser diagnosticada com Alzheimer
Ao saber do diagnóstico, o jovem decidiu não correr o risco de esquecê-la
atualizado
Compartilhar notícia
A quase infinitude de uma tatuagem parece ser o perfeito contraponto à devastação do Alzheimer. Ao ficar marcado na pele, aquele desenho garantirá uma lembrança, não importa quão degradado esteja o cérebro. Esse talvez tenha sido um dos pensamentos que passou pela cabeça do estudante Leonardo Martins, de 19 anos, quando homenageou a avó.
Ao saber que ela foi diagnosticada com Alzheimer, o jovem decidiu não apenas ficar ao lado da mulher que cuidou dele por 18 anos, mas garantir que ele mesmo não corra o risco de esquecê-la. Em um texto emocionante, ele descreve sua relação com a avó, o que explica a grande tatuagem que fez a partir de uma carta escrita por ela quando ele passou no vestibular para jornalismo.
“Foi ano passado que a vó escreveu essa carta pra mim, quando entrei na faculdade. Eu fiquei com medo de perder, acho que agora eu não perco mais”. No relato, Leonardo conta como a doença começou a se manifestar e, mais ainda, como isso afetou sua família.
Leonardo, então, segue agradecendo. “Todo dia penso que pelo menos Deus me deu a chance de deparar um farol amarelo para curtir o máximo que eu pudesse o melhor ser humano que eu já conheci”. E termina lembrando que ela não vai passar por isso sozinha.“A vó sempre cuidou de tudo e de todos, morava com a gente em casa, mas o ambiente começou a semear uma sensação de estranheza. O sofá, que dividimos durante 19 anos, foi ficando cada vez mais estranho, menos confortável. Nem a Kátia Fonseca e o Cesar Tralli, ídolos da vó, salvavam a tarde”, escreveu.
“Tudo o que precisamos está bem pertinho de nós. Tão pertinho que eu consigo até sentir o toque da pele fina da sua mão no meu rosto só de fechar os olhos. Que gostoso o seu abraço, vó. Nem consigo mais lembrar o que queria dizer com isso tudo. Pra você ver, acho que eu que tô meio esquecido hoje!”