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Jovem sofre ataque de peixe-elétrico e fica paralisado no Amapá

O animal teria surgido na área urbana pelas fortes chuvas que aumentaram o nível do principal rio da região

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Um jovem de 18 anos foi vítima de um ataque de poraquê, uma espécie de peixe-elétrico da Amazônia. Lucas Rocha Oliveira foi internado no domingo (1º/5) no Hospital Estadual Laranjal do Jari, no Amapá. As informações foram confirmadas pelo portal G1 através da diretora da instituição.

Segundo testemunhas, o animal teria surgido na área urbana pelas fortes chuvas que aumentaram o nível do principal rio da região, o Jari, que nos últimos dias alcançou os 3 metros, índice histórico.

Diretora do hospital, Arilza Martins informou que o paciente será encaminhado nesta terça-feira (3/5) para atendimento com neurologista na capital do estado, Macapá, a 265 Km.

Um vídeo publicado nas redes sociais mostra a família do jovem levando-o de canoa até uma unidade de atendimento. As imagens mostram Lucas em estado de choque, com partes do corpo tremendo.

A diretora afirma que o quadro é estável, mas o rapaz apresenta “hemiplegia”, que é uma paralisação em um lado do corpo, o que impede a movimentação dos membros. No rapaz, a região atingida foi a do lado esquerdo. Por essa condição, conta a diretora, Lucas irá consultar-se com um neurologista.

Raimundo Nonato Gomes, analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e especialista em pesquisas sobre os poraquês, explica que esses peixes terminam o período de reprodução quando está em época de enchentes. Os locais onde eles fazem os ninhos, nessas épocas, enchem de água e os animais não conseguem respirar. Assim, sobem à superfície em busca de comida.

Conta ainda que eles emitem dois tipos de sinais, um fraco, para localização no ambiente e comunicação com outros animais da espécie, e outro mais forte, para capturar presas e defender-se de predadores. Os humanos são vistos como ameaças para os poraquês, então eles atacam.

Essas espécies têm hábitos noturnos e se alimentam de insetos, alguns mamíferos e peixes. Ao transformar os estímulos nervosos em ataques elétricos, a descarga pode ser forte suficiente para matar um cavalo.

Há a suspeita de que o animal que atacou o jovem tenha sido um Electrophorus voltai ou um Electrophorus varii, espécies descritas em 2019 e comuns na região. O cientista cogita que o animal responsável pelo ataque foi um macho, já que testemunhas afirmam ter visto um peixe de 2 metros de comprimento. Fêmeas não chegam a esse tamanho. 

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