Jovem que teve barriga cortada isenta namorada: “Como eu, foi vítima”
Rapaz de 22 anos acordou com parte do intestino para fora após noitada regada a drogas com a namorada. Ela responde na Justiça pelas lesões
atualizado
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O jovem que teve a barriga cortada e parte do intestino arrancada em uma noitada com a namorada em uma praia de Guarapari (ES) em janeiro deste ano rompeu o silêncio neste domingo (1º/5) e se pronunciou sobre o caso em uma rede social com o objetivo de defender a companheira. Gabriel Muniz, de 22 anos, passou meses no hospital se recuperando dos graves ferimentos.
A estudante Lívia Lima Simões Paiva Pedra, de 20 anos, foi denunciada pelo Ministério Público do Espírito Santo no mês passado, sob a acusação de ter ferido gravemente o rapaz após os dois usarem drogas em um local ermo, a Praia do Ermitão, que fica fechada à noite, mas que o casal invadiu em 16 de janeiro deste ano.
“Gente, é óbvio que minha namorada não tem nada a ver com isso”, disse Gabriel, em vídeo postado em seu perfil no Instagram (veja mais abaixo). “Ela, assim como eu, é uma vítima desse acontecimento e fica claro que tinha uma terceira pessoa ali que fez isso com nós dois. A gente foi roubado. isso é óbvio, é um fato, e infelizmente isso parece que não foi nem levado em conta”, alega o jovem, que segue mantendo relacionamento amoroso com Lívia, que virou ré na Justiça por lesão corporal grave após a denúncia do MP ser aceita.
Um dos argumentos da Polícia Civil quando indiciou a jovem estudante foi que as câmeras de segurança na entrada do parque onde fica a Praia do Ermitão registram a entrada apenas do casal naquela noite. Para Gabriel, os investigadores falharam em levar em conta outras rotas de fuga.
“Lá é um parque aberto, com entradas pela região da mata e das pedras, além de uma portaria, que foi por onde a gente entrou, que conta com duas câmeras que ficam só no início. Estão mostrando nas reportagens que é como se fosse o único acesso, mas não estão levando em conta outras possibilidades, que abrange a que provavelmente a terceira pessoa fugiu”, ressaltou.
“Lá é tão de fácil acesso que, no próprio dia, entrando no morro, demos de cara com três ou quatro pescadores. As pessoas vão lá com liberdade e facilmente quem fez isso fugiu pelas pedras ou pela mata”, completou ele, que também disse que a namorada apresentava ferimentos de defesa nas mãos, como se tivesse se protegido de um agressor.
Veja o vídeo completo na postagem de Gabriel:
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A investigação
Após mais de três meses de investigação, a Polícia Civil do Espírito Santo concluiu, em abril, que a namorada de Gabriel foi responsável pelas lesões.
Durante coletiva imprensa na última quarta-feira (27/4), o titular da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) do estado, delegado Franco Malini e o delegado-geral da Polícia Civil do Espírito Santo, José Darcy Arruda, comunicaram que a investigação concluiu pelo indiciamento da estudante.
Após o indiciamento, o Ministério Público denunciou a jovem como autora da agressão. A Justiça do estado aceitou a denúncia, tornando a ré no caso.
“A polícia ouviu todas as pessoas que conseguiram identificar. O local é ermo, então, foram ouvidos vigias, seguranças e porteiros de prédios próximos. Nossa conclusão foi de que, além do casal, ninguém mais entrou no lugar naquele dia”, afirmou o delegado Malini.
A jovem responderá por lesão corporal grave, com pena de dois a oito anos de reclusão caso seja condenada.
Lesões na mão
“Ambos dizem não se lembrar do que ocorreu. A nossa conclusão foi que só estavam eles. O segundo ponto são as lesões que a menina apresenta na mão, lesões típicas de corte. Ela possivelmente deu soco no rosto do rapaz e fez o corte na barriga, por conta do corte que tem na mão”, afirmou Malini.
De acordo com as informações da investigação, os jovens utilizaram LSD, substâncias alucinógenas, e disseram à polícia que não se lembravam de nada após terem alucinações. Apenas se recordam de terem acordado e o jovem estar com a barriga cortada, com parte do intestino para fora.
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