Jovem que atirou bomba sabia do risco de atingir alguém, diz delegada
Aylla Manuella, 4 anos, morreu após ser atingida dentro de casa em Barretos (SP). Adolescente está escondido por temer represálias
atualizado
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Em depoimento à Polícia Civil, a mãe do adolescente acusado de atirar a bomba que matou Aylla Manuella Ribeiro da Piedade, 4 anos, em Barretos (SP), garantiu que o filho, de 14 anos, será apresentado na delegacia até sexta-feira (31/12), na presença de advogados. Ele foi indiciado por fato análogo ao crime de homicídio qualificado por uso de explosivo.
Em entrevista ao Metrópoles, a delegada responsável pela investigação, Juliana da Silva Paiva, afirmou que pediu à Justiça a internação provisória do menor, que está escondido em local desconhecido por medo de represálias. Ele teve a casa incendiada por populares no domingo (26/12), um dia após o crime. Esta ocorrência é objeto de um outro inquérito policial instaurado no 3º DP de Barretos.
“A genitora afirmou que ela e o filho estão recebendo ameaças de morte. Ela está amedrontada com a situação”, disse a delegada.
Um vídeo mostra o momento em que o adolescente arremessa uma bomba na direção da casa de Aylla, no fim da tarde de sábado (25/12), na Avenida Amador Alves de Queiroz, em Vila Gomes. Instantes depois, os pais dela saem do imóvel em desespero e pedem ajuda para socorrê-la. Veja:
A delegada explicou que o padrasto de Aylla havia pedido que ele parasse de jogar bombas nas redondezas, mas o adolescente continuou.
“O padrasto dela disse que poderia haver incêndio em alguma casa, mas foi respondido de forma mal educada pelo menor. A atitude continuou até uma bomba atingir a casa da vítima, que estava no quarto. Ela ficou machucada na nuca e no peito, ficou com os cabelos arrepiados”, detalhou Juliana Paiva.
A policial garante que, no relatório do inquérito, ficou claro que o jovem assumiu o risco de matar. “Estabeleci o juízo de valor de que ele sabia que haviam três pessoas na casa. Ele sabia que havia risco de atingir, lesionar e até matar alguém, o chamado dolo eventual”, explanou.
Aylla Manuella chegou a ser internada na Santa Casa de Barretos, mas morreu por volta de 2h55 de domingo (26/12). A menina será enterrada no município de Primavera, no Pará, cidade natal da família.
Na delegacia, foram ouvidos a mãe e o padrasto de Aylla, além da mãe do menino e testemunhas. “Ainda bem que conseguimos ouvi-los antes de deixarem Barretos”, declarou a delegada.
Cabe à Justiça analisar o pedido de internação provisória do adolescente, após o pedido ser aceito ou não pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP).